ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 29 de setembro de 2015

COMO SE GANHAM ELEIÇÕES, COM A VERDADE OU COM O QUE SE CONSIGA FAZER QUE O PAREÇA?


Os investigadores da vírgula que por ai pululam em busca de notoriedade, passam o tempo a bisbilhotar o passado na esperança de encontrar factos ou mexericos de que António Costa possa tirar partido nesta batalha campal que, parece, lhe não está a correr muito a jeito. E quando tal acontece, ajeitam as coisas como melhor convém para ser “furo”, sem respeito pela honestidade que qualquer investigação merece.
Estas coisas também dão muito jeito aos humoristas de meia tijela que envolvem em graças bacocas as tristes imitações que fazem de outros que, pela sua qualidade, merecem respeito.
Em Portugal parece ponto assente que os problemas se resolvem mudando o governo e não fazendo as coisas bem, tal como as circunstâncias sugerem que se faça.
Desta vez foi algo relacionado com o BPN, aquele “negócio da China” com que as finanças de Sócrates mais enterraram uma economia já de rastos, nacionalizando um enorme buraco!
Dizem que a ministra das finanças de Passos Coelho, então apenas Secretária de Estado, terá pedido à Parvalorem para ocultar prejuízos daquela infeliz decisão de modo a aliviar as contas do défice de 2012.
De tal terá resultado um ajustamento de pouco mais de 100 milhões, um quase infinitésimo perante os milhares de milhões com que se fazem as contas da crise.
Mesmo esclarecida a questão que não passou de pedidos de informação, de esclarecimentos e de correcções normais entre duas entidades e da informação da Parvalorem, entidade independente, sobre a normalidade de tudo quanto se passou, António Costa não perdeu a oportunidade para falar em truques do governo, neste caso e sabe-se lá em quantos mais e, até, tirar partido de um acontecimento em foco para dizer que as contas de Maria Luis Albuquerque são tão fiáveis quanto os gazes de escape da Volkswagen!
Inacreditável e inaceitável que tais coisas aconteçam de um jeito que mais não é do que o abandalhamento do nível da discussão eleitoral que nem o desespero de um falhanço anunciado deveria motivar.
A quem tem a responsabilidade de esclarecer o eleitorado com a verdade da situação do que se passa no país, não ficam bem os dislates que se sucedem nas declarações de Costa, o homem que ainda não encontrou o rumo da mensagem que quer transmitir.
E fico sem saber se as eleições se ganham com a verdade ou com o que se consiga fazer que o pareça.
Aliás, é isto a política que levou Portugal pelas ruas da amargura.

  

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