Contam-se
de Bocage muitas anedotas que nem sempre parecem condizer com o espírito que o
seu legado de fino poeta nos revela. Mesmo assim, as “anedotas do Bocage”
ficaram célebres e, entre elas, uma há que, particularmente, me faz rir.
Num
daqueles salões para cujas festas era convidado, conta-se que uma nobre senhora,
num movimento de dança um pouco mais brusco, se descuidou, fazendo soar por todo o lado o
desagradável ruído que tais descuidos provocam. Bocage que era, na altura, o seu
par, ficou preocupado com o evento e com o natural acabrunhamento da senhora.
Por isso, o seu coração generoso procurou uma solução que a protegesse dos hipócritas e reprovadores olhares que todos sobre ela lançavam.
Resolveu assumir-se como o causador do infeliz revés, declarando: minhas senhoras e meus senhores, o peido que esta senhora deu, não foi ela, fui eu!
Resolveu assumir-se como o causador do infeliz revés, declarando: minhas senhoras e meus senhores, o peido que esta senhora deu, não foi ela, fui eu!
Não
me perguntem por que razão me lembrei desta anedota ao ler esta notícia “No artigo intitulado 'Presidenciais:
ponderação em nome da responsabilidade', no Jornal de Notícias, o ex-autarca do
Porto, Rui Rio, fez saber que o anúncio da sua candidatura às presidenciais vai
acontecer após as legislativas.”
Depois deste anúncio que, afinal, o não é, só me apetece fazer como “o Gordo” fazia naqueles seus programas de “escárnio e mal dizer” que, em tempos já distantes, deram brado na TV
portuguesa e nos quais, sistematicamente, terminava assim: “a minha cara... ooooooooooooooooooo”.
Sem comentários:
Enviar um comentário