Ouvi Paulo Portas e de Pedro
Passos Coelho na apreciação de um ano de governo, após uma reunião informal do
Conselho de Ministros, no Palácio da Ajuda.
Pareceram-me razoavelmente claros
e objectivos no que disseram, tendo em conta o que pela comunicação social se
vai sabendo. Como interessado prestei atenção ao que disseram e como o
disseram.
Não sou um apoiante incondicional
deste governo que avalio sem preconceitos, como a minha independência mo
consente, nem da austeridade que, por necessidade, nos impõe. Tampouco sou dos
que acreditam que alguma vez possamos voltar à “prosperidade” que já julgámos
viver porque sei que tal não é possível, com razões não cabe nesta hora
explicar. Mas tenho a esperança de que melhoraremos em relação às dificuldades
que agora sentimos.
Não foram, em meu parecer,
discursos que me causassem espanto ou me dessem particular alento quanto ao
futuro do país e, de um modo geral, do mundo inteiro. Mas pareceram-me avaliações
razoáveis do tempo de governação já passado, com previsões cautelosas para os
tempos que estão para vir.
Fiquei, depois, curioso de ouvir
os comentários dos “profissionais da crítica” que, já a postos, apenas aguardavam
o final para, de jacto, debitarem os seus pareceres. Foram, de um modo geral, o
que eu esperava: precipitados, preconceituosos e, até mesmo, deturpadores de
alguns pormenores importantes do que foi dito ou do como foi dito, mais me
parecendo que debitavam avaliações próprias em vez dos comentários às
avaliações que outros fizeram.
Não faltou, mesmo, a piada rasca quando,
nos comentários sobre como chegaram os ministros e secretários de estado à
reunião, é referido alguém que chegou de motoreta para a tomada de posse e
agora, um ano depois, chegou a pé!
Se exportássemos comentadores
políticos e humoristas, por certo ultrapassaríamos a crise bem mais depressa. Que
mentalidades destrutivas que nós temos!
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