ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

QUEM NÃO GOSTA DE TER RAZÃO?


Quem não gosta de ter razão? Claro que eu também gosto, mas nem sempre tenho. Menos natural é que, quando temos razão, ter razão nos não agrade! Mas acontece e não é tão infrequente assim.
Tenho tido razão desde que, há muito tempo, alinho o meu pensamento com o dos que sentem, ou sabem, que o mundo está na iminência de uma mudança inevitável como o demonstra esta “crise” que ninguém é capaz de resolver. Muitas vezes já escrevi sobre as razões pelas quais penso assim e não é, agora, o momento para as repetir.
Perante as evidências, só os casmurros podem insistir em remédios que o não são, em caminhos que não conduzem a lado algum, bem como podem alimentar a esperança de que, vencida a crise, voltaremos à boa vida que tanto apreciámos.
Não me deixo levar pelo pensamento de que, quando tudo parece perdido, acreditam que sempre aparece uma solução, discurso que um “inteligente” qualquer debita, neste preciso momento, num programa de TV. É o fia-te na Virgem e não corras… Todos sabemos o pontapé que se leva quando se procede assim.
A verdade é que a Europa chegou à saturação a que todo o mundo há-de chegar, a partir de agora mais rapidamente do que muita gente pensa.
Os Estados Unidos, com a sua dívida pública monstruosa, mais de 200% do PIB, emite moeda sem baixar o valor do Dollar o que é, naturalmente, um embuste que terá muito más consequências num futuro próximo. O mundo pobre continua pobre, talvez até mais pobre, e os países emergentes têm pela frente um trabalho imenso para colocarem o seu PIB per capita ao nível do dos empobrecidos europeus sem o mercado dos quais vêem o seu crescimento abrandar sensivelmente!
Não me parece que este quadro permita utilizar cores alegres para pintar o futuro que se aproxima para toda a Humanidade se, em vez de tomarmos as decisões adequadas, esperarmos que aconteça aquele “milagre” que sempre esperamos, na hora da aflição!
A realidade aposta em dar-me razão e eu sinto-me muito incomodado porque a tenho! Esquisito, não é?
Vai ter lugar mais uma “cimeira europeia”, penso que a vigésima das que, uma após outra, foram antecipadamente consideradas como decisivas para superar a crise mas que sempre o não foram.
Porque haverá esta de o ser?

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