Quem não gosta de ter razão? Claro que eu também gosto, mas
nem sempre tenho. Menos natural é que, quando temos razão, ter razão nos não agrade!
Mas acontece e não é tão infrequente assim.
Tenho tido razão desde que, há muito tempo, alinho o meu
pensamento com o dos que sentem, ou sabem, que o mundo está na iminência de uma
mudança inevitável como o demonstra esta “crise” que ninguém é capaz de
resolver. Muitas vezes já escrevi sobre as razões pelas quais penso assim e não
é, agora, o momento para as repetir.
Perante as evidências, só os casmurros podem insistir em
remédios que o não são, em caminhos que não conduzem a lado algum, bem como
podem alimentar a esperança de que, vencida a crise, voltaremos à boa vida que tanto
apreciámos.
Não me deixo levar pelo pensamento de que, quando tudo
parece perdido, acreditam que sempre aparece uma solução, discurso que um “inteligente”
qualquer debita, neste preciso momento, num programa de TV. É o fia-te na
Virgem e não corras… Todos sabemos o pontapé que se leva quando se procede
assim.
A verdade é que a Europa chegou à saturação a que todo o
mundo há-de chegar, a partir de agora mais rapidamente do que muita gente
pensa.
Os Estados Unidos, com a sua dívida pública monstruosa, mais
de 200% do PIB, emite moeda sem baixar o valor do Dollar o que é, naturalmente,
um embuste que terá muito más consequências num futuro próximo. O mundo pobre
continua pobre, talvez até mais pobre, e os países emergentes têm pela frente
um trabalho imenso para colocarem o seu PIB per capita ao nível do dos
empobrecidos europeus sem o mercado dos quais vêem o seu crescimento abrandar
sensivelmente!
Não me parece que este quadro permita utilizar cores alegres
para pintar o futuro que se aproxima para toda a Humanidade se, em vez de
tomarmos as decisões adequadas, esperarmos que aconteça aquele “milagre” que
sempre esperamos, na hora da aflição!
A realidade aposta em dar-me razão e eu sinto-me muito
incomodado porque a tenho! Esquisito, não é?
Vai ter lugar mais uma “cimeira europeia”, penso que a
vigésima das que, uma após outra, foram antecipadamente consideradas como
decisivas para superar a crise mas que sempre o não foram.
Porque haverá esta de o ser?
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