Não ficaria bem contar aqui a
anedota de que provém este modo de dizer acerca de uma insuficiência que também
é a de alguém com uma manta pequena para se tapar e, por isso, tem de decidir
entre o que fica a descoberto, se os ombros se os pés.
Parece-me ser esta a grave
questão com que se debate a economia europeia, cheia de problemas que,
infelizmente, não se resolvem com soluções limitadas como aquela com que o Europgrupo tenta
por em prática com a proposta de baixa de impostos directos sobre o trabalho
que considera demasiado elevados em 11 países europeus.
Alemanha, Áustria, Bélgica,
Estónia, Espanha, França, Holanda, Itália, Letónia, Luxemburgo e Portugal são
os países referidos pelo Eurogrupo que, apesar dos esforços por alguns já
levados a cabo, considera ser preciso fazer muito mais. Afinal, é a necessidade
de fazer muito mais aquilo em que mais temos ouvido falar nesta azáfama de
procurar soluções que, depois, se mostram insuficientes e novas soluções tornam
necessárias.
A solução proposta pelo Eurogrupo
faz parte daquelas das quais nada resulta porque, naturalmente, a descida dos
impostos directos sobre o trabalho terá de ser compensada com outras medidas, sem
o que será prejudicado o equilíbrio orçamental. Os cortes na despesa serão
inevitáveis e, nesse domínio, serão as pensões e os salários da função pública que
mais sofrerão, assim como os impostos indirectos terão de ser aumentados e por
aí fora, numa sucessão de consequências que criarão novos problemas que
carecerão de novas soluções…
O que será necessário para que
seja entendido que o caminho não é este porque sempre leva a escolhas quanto ao
que se vai prejudicar. Tal como na doença da pele curta!
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