Cavaco Silva reúne hoje, de novo,
o Conselho de Estado para analisar o Pós-Troika, coisa que, como qualquer bom
senso diria, deveria há muito estar esclarecido e ter orientado as nossas
atitudes durante o período da sua intervenção.
Ninguém está seguro quando se
aventura no desconhecido sem, antes, ter definido o caminho que vai seguir para
o ultrapassar em segurança. É a velha questão de fazer sabendo o que se pretende
alcançar ou, simplesmente, esperar pelo que aconteça, como se tornou norma fazer
em Portugal.
Assisto ao que, sós ou em grupo,
dizem os analistas do costume que, qual bando de corvos, voam de televisão em
televisão a dizer sempre o mesmo, perdendo-se um recordações do passado e em
previsões de curtíssimo prazo, sem a mínima ideia fazerem do futuro que outras
forças e razões, para além das que conhecem, sem dúvida condicionarão.
Por isso, tal como na primeira
reunião aconteceu, não espero que o Presidente da república consiga fazer
vingar os seus intentos de levar o CE a discutir uma questão em que não parece
interessado ou, talvez até, nem saiba mesmo o que seja ou não tenha capacidade
para a discutir.
É mais divertido trazer para ali
as tricas e nicas que na Assembleia da República gastam o nosso dinheiro e
falar das minudências do dia a dia do que analisar das abragências que fazem o
futuro e são, por isso, o mais importante de fazer para modernizar esta
democracia míope, sem visão de longo prazo, da qual não parece conseguimos
libertar-nos.
Seguro prosseguirá, certamente, na
sua missão de reconquista do poder pelo PS em vez de se preocupar com o futuro do país, o Governo e o Tribunal
Constitucional continuarão a mimosear-se com apartes de meninos birrentos que disputam o brinquedo que mais lhes agrada e os
demais insistirão na nunca esclarecida questão do sexo dos anjos que, uma vez
mais e obviamente, continuará por esclarecer.
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