ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

CLARO QUE, NA DIREITA OU NA ESQUERDA, O PODER CORROMPE

Não é preciso provar o que é evidente. O poder corrompe mesmo.
São inúmeras as provas de que é assim em todos os cantos do mundo. Mas a confissão de um ex-guarda costas de Fidel de Castro que dá conta da fortuna enorme de um ditador populista, defensor incansável da revolução proletária, teórico da ideologia do nada ter que, em nome de princípios que pelos vistos não pratica, cria condições para acumular uma fortuna enorme, é algo que eu não esperava.
Quantas vezes cheguei a sentir alguma simpatia por um homem que leva o seu povo a não vergar a cerviz aos interesses do capitalismo selvagem, admiração por um povo que consegue ser quase feliz com muito pouco.
Mas quando, um dia, para efeitos de uma possível equivalência, tive de analisar o currículo de um curso de engenharia cubano, pude ver como era intensiva a catequização e a lavagem cerebral cujo horário excedia os das matérias do próprio curso, o que me revelou a medida das fortes pressões sobre um povo que, antes subordinado aos interesses capitalistas, facilmente se adaptou à exploração da ditadura do proletariado que não passa de uma ditadura como outra qualquer.
Uma fortuna imensa que inclui uma ilha (para além da própria Cuba), iates e mais de vinte casas, não parece coadunar-se bem com os princípios de igualdade que, afinal, faz todos iguais mas, como diz Orwell, faz uns mais iguais do que outros.
A revista Forbes coloca o revolucionário Castro entre os mais ricos monarcas e ditadores do mundo, com uma fortuna pessoal de mais de 900 milhões de dólares.
Tudo isto num país onde a pobreza é a situação normal dos cidadãos, onde nem toda a moeda é convertível para evitar que possa sair do país, faz-me pensar em histórias de outras revoluções que a História já reescreveu, mas de cujos resquícios podemos inferir a corrupção que faz multimilionários em países de miseráveis.
O pior é que ainda continua a haver quem vá na conversa dos que, dizendo defender a igualdade, espreitam a oportunidade de se tornarem os capitalistas cujos privilégios agora atacam.


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