De cravo ao peito, Mário Soares
apresentou o seu livro “Em Defesa do futuro”, afirmando temer o fim da Terra
tal como a conhecemos e que devemos ouvir os cientistas que alertam para os
riscos que ela corre e são de uma gravidade espantosa!
Para Mário Soares que se refere
aos perigos ambientais, afirma que eles resultam de uma globalização que se
transformou num “fenómeno Absurdo”.
Acrescenta que aqueles que não
pensam no futuro da nossa Terra contribuem para a pôr em risco, só querem
ganhar dinheiro e nem percebem que serão as primeiras vítimas!
Escrevo este blog de “reflexões
em tempo de crise” desde 2005, um ano em que tudo parecia correr bem e o
socialismo que nos governava era um verdadeiro “Pai Natal” que distribuía benesses
maiores do que a riqueza que produzia mas que o dinheiro que pedia aos mercados
capitalistas financiava.
Estranha simbiose que, por mais
de uma vez, nos colocou às portas da bancarrota.
Mas muito antes disso já as
questões ambientais mereciam a minha preocupação e penso ter sido, até, o
primeiro a falar de tais assuntos em meios políticos, numa conferência que fiz
no IPSD na década de setenta do século passado, bem como fui autor de muitos
textos sobre tais questões, publicados em diversos suportes.
Gastava-se, à tripa forra, o
dinheiro dos que, como diz Soares, só querem ganhar dinheiro, os que não pensam
no futuro da nossa Terra e, por isso, Soares considera culpados dos males
ambientais que nos afectam e dos quais serão, como também diz Soares, as
primeiras vítimas.
Só que não serão eles as
primeiras vítimas porque essas somos nós que nos deixámos embalar pelo canto de
sereia de governantes como Soares que, agora, considera absurdo o fenómeno da
globalização quando, afinal, absurda é a ideia de serem infinitos os recursos
naturais de cuja exploração provém o dinheiro dos ricos que financiam as
conquistas e os direitos que o socialismo consagra e é a causa dos impactes
ambientais que Soares afirma lhe causarem tanto receio.
Desde há muitos anos que dou
relevo a questões às quais políticos, como Mário Soares, nunca prestaram
atenção, pelo menos nas atitudes que assumiram como governantes e menos, ainda,
nas suas exigências de regresso a um passado levianamente gastador, para o que
exigem a imediata demissão do Governo.
Ainda até há bem pouco tempo os
mais poderosos senhores do mundo desprezavam os tais alertas dos cientistas que,
agora, Soares entende deverem ser escutados.
Mas depois de Obama que, finalmente,com
tímidas promessas diz ir tomar algumas medidas para contenção dos danos
ambientais e dos continuados esforços de Al Gore para chamar a atenção para os
riscos graves que a Humanidade corre, Soares toma uma atitude que, a meu ver é
mais patética do que respeitável, porque em nada confere com as demais atitudes
que tomou e toma, nem com as ideias políticas que defende.
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