Um banco que se guindou ao topo
da banca privada nacional acaba por sair das mãos da família que o criou e o
reergueu mas que, porque se desentendeu, acaba por perde-lo.
As guerras são isto mesmo,
eventos estúpidos em que todos acabam por perder, declarando-se vencedor o que menos
perde!
No meio de tudo isto, não sei se
o BES está bem ou está mal, se é ou não confiável para os seus depositantes, se
constitui ou não um risco para as finanças nacionais, se sofre ou não de um mal
que pode contaminar a banca europeia porque o Governo e o Banco de Portugal
afirmam que está bem. Mas também há quem nisso coloque dúvidas, como ouvi já em
programas em que os “analistas” do costume já lhe fazem o réquiem, ao BES e a
outros mais e até os “mercados” se amedrontaram
com o que esteja ou pareça que está a acontecer.
Depois de uma crise que, dizem,
salvou a banca europeia dos mais efeitos das dívidas institucionais que seriam
causa de um desastre sem tamanho, parece que à crise que pareceu salvá-los e
ainda persiste se junta a crise da banca que, afinal, se não livrado dos
problemas como se julgava.
Esta situação do BES não é uma
situação nunca vista. Pelo contrário, é uma situação que se vê, em maior ou
menor grau, milhares de vezes nestes tempos de confusão em que nada parecer ser
o que é, como nada é o que parece ser! É o desnorte que acontece quando a
mentira se traveste de uma verdade difícil de sustentar.
Uma coisa me parece certa, todos
procuram que pareça estar bem o que bem não está, esperando que o naipe de mezinhas,
supostamente outrora eficazes, façam o efeito que não fazem, curem os males que
não curam, resolvam os problemas que continuam por resolver.
Infelizmente, ando há anos a
escrever que chegámos ao fundo de uma mina que explorámos depressa demais até
quase a exaurir.
Não creio que, mesmo nos longos
prazos já estimados para, enfim, possamos começar a melhorar, sejam bastantes
para afastar de nós os problemas que esta crise causa.
Não valerá a pena gastar muitas
palavras para falar de uma questão que talvez se possa colocar melhor
perguntando assim: tem lógica chamar crise a uma doença terminal?
Quando voltaremos a dar ouvidos
aos que há muito já nos ensinaram que é a união que faz a força?
Deveríamos por um fim às guerras
que nos destroem e, todos juntos, deitar mãos à obra de reconstrução enquanto
houver ainda o que reconstruir!
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