Passou-me pelos olhos mais
uma daquelas notícias que fala das intenções do Governo para taxar isto ou
aquilo para conseguir arranjar mais dinheiro com que reduza a diferença, sempre
grande, entre o que gasta e o que consegue amealhar.
Depois dos cigarros e das
bebidas alcoólicas, além de outras coisas mais, são agora os alimentos salgados e de elevado valor calórico
que estão na berlinda! Em excesso fazem mal à saúde, é verdade. Como fazem os
cigarros e o álcool que já pagam elevadas taxas. Combater o seu consumo é,
pois, uma medida de louvar, o que não significa que o seja do modo simplista
como se pretende fazer, assim a modos como quem arrebanha mais um pouco de cotão
no fundo de um bolso já vazio!
Seria, pois, o Ministério
da Educação que mais disso se deveria encarregar porque é de uma questão de educação que se trata. Mas como a educação é um processo longo e trabalhoso, ficam as medidas ligeiras e imediatas como recurso num processo que, deste modo, jamais terá um bom final.
Há na física uma lei, a da
continuidade, que, de um modo simples se pode enunciar assim: o que fica é a diferença entre o que entra
e o que sai!
No fundo, nas contas do
Estado, é a lei da continuidade que se aplica. Porém, não o poderá ser deste
modo simplista como o Governo o faz. Olha em volta e pergunta: onde é que
eu hoje vou cortar na minha despesa ou arrecadar na minha receita?
E aumenta impostos, fecha
escolas e tribunais, reduz serviços, salários e pensões e, assim, vai equilibrando
as contas que nunca estarão, deste modo, equilibradas porque jamais faz a
pergunta certa, aquela de saber onde aumentar a produção de riqueza no país!
Não tem o Governo, tal
como a Oposição claramente mostrou não o ter também, um plano de futuro, um
projecto de desenvolvimento do país, uma ideia de ordenamento do território
nacional que norteie o que se faz, justifique que se tire daqui em vez dali,
que se corte ali em vez de acolá, enfim, que racionalize seja o que for que se faça.
Afinal como está
organizado o país? Quem conhece a sua organização administrativa? Onde se
fixaram, em função da realidade actual, os polos de desenvolvimento estratégicos
para rentabilização global dos recursos que possuímos?
Cada ministério faz as
coisas a seu jeito, na base territorial que mais lhe convém, sem uma orientação de base que norteie o que faz.
Assim nunca teremos um país organizado mas uma manta de retalhos sem ponta por onde se pegue.
Assim nunca teremos um país organizado mas uma manta de retalhos sem ponta por onde se pegue.
É como escrever música num
papel sem pauta… Onde quer que se coloque a nota… sai sempre dó!
Depois de tanto tempo já em que medidas de efeitos mais imediatos eram indispensáveis, continua o barco a
navegar à vista, sem que o patrão dê conta de que o mar encapelado promete desfazê-lo contra os
rochedos da estupidez com que define a rota.
Sem comentários:
Enviar um comentário