Será uma questão de
perspectiva ou, até, de modo de dizer. A omnipresente questão do BES será um
buraco enorme onde podemos cair ou um monte de problemas que nos poderá
soterrar?
Os investigadores chamaram
ao processo de investigação “Monte Branco” não, por certo, pela clareza das
manobras escuras que andam a investigar mas, talvez, pensando em outro aspecto da
desgraça que, sobre nós, se poderá abater, uma avalanche!
Já vamos ficando tão habituados
a estas surpresas que até já nem o serão, pois não passarão das consequências
inevitáveis desta vida de faz-de-conta em que nos perdemos e na qual até parecia que as omeletes se podem
fazer sem ovos.
Desde muito novo ouvi
aquele ditado “quem cabritos vende e cabras não tem…” que, sendo mais uma
essência preciosa das muitas que a experiência ao longo de séculos destilou,
parece ter sido esquecido neste tempo em que as subtilezas semânticas substituíram a forma clara e directa de dizer as
coisas.
Ainda não percebi muito
bem se o que se passa é mais um dos problemas que as nossas oportunistas
distracções permitiram que se criassem, se a aceitação comodista de que “enquanto
o pau vai no ar…” ou se um resultado do fluir natural da estupidez humana que
dolorosamente vai compreender que se não deve brincar com coisas sérias.
Mas que, desta vez, será
necessário ir ao fundo de uma questão de um modo diferente do que aconteceu em
outras igualmente graves e a todos nós estão a sair muito caras, é uma
necessidade que a não ser satisfeita colocará em sério risco toda esta
organização social que montámos ou deixámos que nos manipulasse.
Eu sinto que um enorme castelo
de areia está em completa derrocada após um vento que soprou e nele fez secar a humidade que o
mantinha em pé.
Dependerá agora de nós
decidir se, depois, vamos viver nas suas ruínas ou se nos dispomos a construir
um lugar melhor, sólido, alicerçado nos melhores valores humanos, onde, com
dignidade, possamos viver!
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