ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

UM MONTE OU UM BURACO?

Será uma questão de perspectiva ou, até, de modo de dizer. A omnipresente questão do BES será um buraco enorme onde podemos cair ou um monte de problemas que nos poderá soterrar?
Os investigadores chamaram ao processo de investigação “Monte Branco” não, por certo, pela clareza das manobras escuras que andam a investigar mas, talvez, pensando em outro aspecto da desgraça que, sobre nós, se poderá abater, uma avalanche!
Já vamos ficando tão habituados a estas surpresas que até já nem o serão, pois não passarão das consequências inevitáveis desta vida de faz-de-conta em que nos perdemos e na qual até parecia que as omeletes se podem fazer sem ovos.
Desde muito novo ouvi aquele ditado “quem cabritos vende e cabras não tem…” que, sendo mais uma essência preciosa das muitas que a experiência ao longo de séculos destilou, parece ter sido esquecido neste tempo em que as subtilezas semânticas substituíram a forma clara e directa de dizer as coisas.
Ainda não percebi muito bem se o que se passa é mais um dos problemas que as nossas oportunistas distracções permitiram que se criassem, se a aceitação comodista de que “enquanto o pau vai no ar…” ou se um resultado do fluir natural da estupidez humana que dolorosamente vai compreender que se não deve brincar com coisas sérias.
Mas que, desta vez, será necessário ir ao fundo de uma questão de um modo diferente do que aconteceu em outras igualmente graves e a todos nós estão a sair muito caras, é uma necessidade que a não ser satisfeita colocará em sério risco toda esta organização social que montámos ou deixámos que nos manipulasse.
Eu sinto que um enorme castelo de areia está em completa derrocada após um vento que soprou e nele fez secar a humidade que o mantinha em pé.
Dependerá agora de nós decidir se, depois, vamos viver nas suas ruínas ou se nos dispomos a construir um lugar melhor, sólido, alicerçado nos melhores valores humanos, onde, com dignidade, possamos viver!


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