Eu gostava de pensar que o
que descontei ao longo de 50 anos seria penhor bastante para ter assegurada a
reforma que, agora, vejo cortada ano após ano.
É, francamente, desagradável
que tal aconteça mas, por mais que o seja, esta é a realidade que políticos
incompetentes criaram, servindo-se do meu dinheiro e do de muitos mais para
outros efeitos que não aqueles a que se destinava. Mais do que isso, obrigam-me
a pagar auto-estradas que não preciso e outras coisas que bem dispensaria.
Por isso não me resta
qualquer esperança de algum dia ser ressarcido do que agora me é tirado porque
não há nem haverá como o fazer.
Deveria, pensarão muitos,
sentir-me feliz por mais um “chumbo” do Tribunal Constitucional que, na sua douta
interpretação de uma Constituição revolucionária e nada realista, reprovou os
cortes nas pensões que o governo se propunha fazer, o que, por agora, me pode
fazer entrar nos bolso mais uns tostões que me custarão muito caro quando,
depois de 2015, me tirarem isso e muito mais para tapar os buracos que,
estupidamente, continuamos a abrir.
Cedo demais começou a
campanha eleitoral em que já se empenha toda esta classe política, esta que já
conhecemos bem demais e, por isso, sabemos não ter ideias claras nem projectos para
ultrapassar os problemas que o futuro certamente nos trará.
De palavras estou já farto
e muito mais de promessas como as que me fazem Seguro ou António Costa que, na
sua disputa partidária pelo poder, têm sido eloquentes demais na demonstração da
incapacidade que nos trouxe até aqui, à desgraça que vivemos e à que iremos
mais viver.
Por tudo isto recordo hoje
um ditado que há muitos muitos anos não recordava “vai-te ganho que me dás
perda”.
Não acredito que a aprovação do TC resolvesse alguma coisa para além de mais um fôlego que, em breve, se extinguiria porque o problema é bem mais sério do que os políticos conseguem julgar.
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