ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 5 de agosto de 2014

QUANDO OS PROFESSORES SÃO EXAMINADOS

Tentei  ser um bom professor enquanto o fui. Por isso, ao longo dos muitos anos, aprendi que ser professor não é fácil porque, para além do domínio das matérias que tem de leccionar, ao professor são exigidas outras capacidades que vão muito para além disso.
Ser professor é uma profissão exigente de capacidades que, como é natural,  nem todos possuem. Por isso, ser bom professor não está ao alcance de qualquer licenciado, mesmo até dos melhores, pelo que ser professor não é uma alternativa a outra qualquer ocupação para os conhecimentos científicos que possuam. É, por isso, necessário que entre os disponíveis sejam escolhidos os mais aptos para formar os futuros profissionais que não são, necessariamente, altamente qualificados como agora é costume dizer-se, quando concluíram o seu curso superior! Devem estar, pela formação que receberam, bem preparados para o virem a ser.,
Não fui professor do nível de ensino em que este problema dos “exames dos professores” tem sido causa de uma enorme contestação dirigida por alguém que, ao que me dizem, talvez nem no exame de conhecimentos científicos já passasse, tão longo é já o seu afastamento da profissão. Mas ser professor tem um denominador comum, seja o nível de ensino qual for, e que é, para além de ensinar as matérias, despertar nos alunos as capacidades de compreensão e de criatividade que farão deles candidatos a profissionais competentes em vez de depósitos de conhecimentos mal alinhavados.
É por isto que o argumento de o Estado por em causa uma formação que já reconheceu, para dizer que o exame de admissão à profissão, digamos assim, não faz sentido, não passa de um argumento falacioso que cai bem nos oportunistas. Ensinar é mais do que debitar matéria, o que qualquer livro tranquilamente faria.
Então por que será que, havendo livros, existem professores? Para fazerem testes e exames? Seria muito pouco!
Aos professores compete fazer o que ainda não encontrei qualquer livro capaz de fazer: ensinar a pensar e a utilizar com inteligência os conhecimentos que adquiriram.
É por isso que aqueles exames tão criticados pelos patrões da FENPROF, exames que avaliam as capacidades de compreensão e de interpretação em vez dos conhecimentos científicos que já foram objecto de avaliação nas escolas em que receberam formação, são os que, realmente, podem testar a capacidade de alguém para ensinar.
Os resultados dos exames que, recentemente, tiveram lugar, dão uma medida pouco abonatória da capacidade média dos nossos professores do ensino secundário.
Divulgados nesta segunda-feira, revelam que cerca de 15% não possuem aptidões para ensinar, não indo a média das classificações dos aprovados, numa escala de 1 a 100, além de um pouco meritório 63,3%!
Cada qual que tire as suas conclusões!



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