ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A DENGUE, UM FLAGELO DE SAÚDE PÚBLICA QUE PODE ATINGIR A EUROPA!

O “aquecimento global” que a acumulação de gases de estufa produzidos pela actividade económica está a acelerar, será causa de profundas alterações que nos obrigarão a uma penosa adaptação a condições de vida bem mais difíceis.
Poucos, se alguns, serão os domínios em que os seus efeitos se não farão sentir, com especial intensidade na agricultura e na saúde, para além dos efeitos dramáticos dos fenómenos meteorológicos intensos que as mudanças climáticas estão a causar.
A ideia de que certas doenças estão irradicadas da Europa ou de que aqui os seus vectores de propagação não encontram as condições propícias ao seu desenvolvimento, pode estar seriamente comprometida pelo aumento das temperaturas, sendo possível o aparecimento daquelas agora consideradas como tropicais, entre as quais o regresso da malária e o aparecimento da dengue, doença da qual o Japão acaba de anunciar o primeiro caso de transmissão dentro do país. De notar que o Japão se encontra entre latitudes semelhantes às da Europa.
A transmissão da dengue acontece a temperaturas elevadas, mais frequentemente  entre 30° a 32° C, pelo que se desenvolve sobretudo em áreas tropicais e subtropicais. A fêmea coloca os ovos em lugares quentes e húmidos, sendo muito rápido o desenvolvimento do embrião muito resistente a condições adversas, mesmo de seca durante a qual se pode propagar a longas distâncias, o que torna difícil a sua irradicação.
Desde o ovo, o mosquito atinge em menos de 48 horas a fase adulta que lhes permite o acasalamento, o que leva as fêmeas a alimentarem-se de sangue que contém as proteínas indispensáveis ao desenvolvimento dos ovos.
A doença é transmitida pela picada de dois tipos de mosquitos, o Aedes aegypti (que também transmite a febre amarela) e pelo chamado mosquito tigre (Aedes albopictus). Não se transmite, pois, entre pessoas como acontece no caso do ébola com que o mundo está altamente preocupado.
Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, tem cor castanha escura ou preta com listras brancas no corpo e nas pernas.  A sua picada ocorre, normalmente a horas de menos calor ou nas sombras quando o calor é mais intenso, fora ou dentro de casa. A picada não é dolorosa e não faz comichão, pelo que o indivíduo se não dá conta de ter sido picado.
Os principais sintomas da dengue são febre aguda repentina que permanece durante cerca de uma semana, apresentando o infectado dor de cabeça intensa, dores nas articulações e dores musculares, ao que, quatro a cinco dias depois se seguem erupções cutâneas.
A dengue não tem tratamento específico, apenas sintomático, sendo a melhor forma de combate a prevenção que impeça  a reprodução do mosquito.
A dengue é uma doença febril que pode evoluir para uma fase hemorrágica mais grave com elevado risco de morte e constitui, segundo a OMS, um dos problemas de saúde pública mais graves do mundo e que afecta entre 50 a 100 milhões de pessoas anualmente em mais de 100 países de todos os continentes, excepto a Europa.
É esta excepção que está em causa se as temperaturas globais continuarem a aumentar, como tudo indica que aconteça.
A conclusão é da equipa liderada por Paul Hunter, investigador na Universidade de East Anglia, no Reino Unido, e foi publicada na sexta-feira passada na revista BMC Public Health.



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