ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

CENAS TRISTES

Dei-me ao cuidado de ouvir o que iria ser dito naquela audição da Ministra das Finanças na Comissão de Inquérito da AR sobre a solução dada ao caso BES pois, perante os riscos que, com certeza, a solução encontrada pode comportar, propostas para a melhorar seriam, por certo, da maior valia.
Da Extrema Esquerda não vieram outras senão as propostas do costume, aquelas que fazem o Estado dono e senhor de tudo e, segundo dizem, garantem emprego e justiça social para toda a gente. Mas não vale a pena perder tempo a comentar soluções que a História já julgou depois de experiências concretas que provaram não passarem de um equívoco com consequências trágicas.
Restaria a expectativa da solução que o PS, partido que requereu a audição da Ministra das Finanças, iria apresentar e que, depois de tudo quanto já fora dito, teria, com certeza, todas as condições para ser uma solução bem ponderada e, por isso, digna de ser considerada.
Mas foi ainda o velho lugar-comum “a montanha pariu um rato” a ideia que melhor corresponde ao que se passou, o que, afinal, está conforme com um passado de muitas críticas sem quaisquer propostas que, verdadeiramente, o fossem, não passando esta audição de mais do que uma daquelas perdas de tempo que saem caras a todos nós, além de ser mais uma manifestação gritante da incapacidade política que não consegue tirar este país do atoleiro em que ainda resvala.
Não seria de esperar do PCP e do BE mais do que aquilo que são, ideias que pudessem ir além daquelas de que são capazes, mas não é possível admitir a um partido como o PS estas manifestações de puro exibicionismo parlamentar e de oportunismo político porque é seu dever participar, como Oposição séria que deve ser, nas soluções que a frágil e perigosa situação do país reclama.
Em vez disso, o partido que teria por dever mostrar a força que tenha para com ela participar na recuperação do país, enfraquece-se em duras lutas intestinas que em nada nos irão ajudar.
Não ser apresentada, afinal, qualquer proposta de solução bem estruturada como alternativa ou complemento àquela que critica, dá bem conta da baralhada política da qual este país terá de se livrar muito rapidamente se quiser solucionar os seus problemas.
A Maria Luis bastou manter-se serena, como tem sido seu hábito, para sair desta audição sem arranhões.
Mas será isto que se deve esperar do trabalho destes deputados e desta Assembleia da República que nos custa tanto dinheiro? Por qual razão, então, não deverá fazer ela parte da reestruturação de que Portugal carece?


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