Desde há muito que me
preocupa o que, finalmente, acaba por surgir como hipótese que é o Governo se
demitir em caso de chumbo, pelo Tribunal Constitucional, da decisão de ampliar
a incidência Contribuição Extraordinária de Solidariedade dos reformados e de reactivar
os cortes salariais do tempo de Sócrates. Para ser mais exacto, direi que me
preocupa sobretudo depois do pedido do Governo para que o Presidente
da República solicitasse a análise prévia da sua constitucionalidade.
Diz-se que o Tribunal
Constitucional está muito dividido quanto à decisão a tomar, o que me não surpreende
porque, afinal, sem dúvidas de constitucionalidade apenas o aumento dos
impostos, no que o TC não mete o bedelho. Por isso eles sobem, sobem como um
balão.
Depois de tudo o que já se
passou, equívocos, manobras, incompetências, confrontos de poderes, represálias
e sei lá mais o que agravou a nossa triste condição de país em dificuldades,
pode acontecer o desastre político que a ninguém beneficiará.
Com o PS em ebulição, o
PSD em estado de hibernação e o CDS em reflexão, não me parece um momento feliz
este que pode deixar o país sem governo, sem orçamento, enfim, sem eira nem
beira.
Será isto o que o país
merece? Não de todo! Mas talvez seja aquilo sem o que o povo português não
entenderá jamais os sarilhos em que, pelas suas leviandades, está metido.
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