ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O “CRISTO” E OS BARRABÁS

Não me restam grandes dúvidas de que não ficarão por aqui os escândalos financeiros escondidos por detrás de ilustres figuras às quais, agora, a Justiça tem a oportunidade de dar o tratamento adequado, assim como o faz ao desgraçado que, com a vida bem complicada, não tem como evitar deslizes que nada são quando se comparam com estas manobras de autênticos roubos e de açambarcamento de dinheiro que já estará a bom recato, algures num desses paraísos fiscais com os quais nem os mais poderosos do mundo são capazes de acabar. Porque será? Eu desconfio…
E, porque tenho tantos anos de “antigo regime” como de “democracia”, ao contrário de muitos que por aí andam a falar de coisas das quais pouco ou nada sabem, dei conta dos “bem-sucedidos” a quem a mudança de regime “estragou a vida”. Gostaria agora de ver que o mesmo acontecia àqueles, e são imensos, a quem esta “democracia” a favoreceu. Será que terei essa sorte ou, nestes crimes a que chamam de “colarinho branco”, continuarei a ver brincar à justiça, só para eleitor pateta ver?
Não pode, tamanho escândalo, ser obra de um homem só, como o provam já os tentáculos do polvo que se transformou num monstro que talvez seja o maior deste mundo da finança nacional. Por isso se impõe que o bicho seja completamente retirado da sua toca, analisado de cabo a rabo e dissecado até serem bem conhecidas todas as suas entranhas.
Vi já apontados alguns nomes que, rapidamente, parecem cair na ignorância, sair do mundo das suspeições. Sei lá porque!
Por isso, ainda que o “doa a quem doer” fosse a melhor forma de demonstrar, finalmente, que a “democracia” tem méritos que nunca conseguiu mostrar, fica-me a natural dúvida que o passado me inspira, a de não ter a Justiça força que vergue os poderes dos que, em secretárias de luxo, sentados no poder do “seu” dinheiro e assessorados pelos seus eficientes esbirros, manobram, como melhor lhes convém, os cordelinhos das marionetes que são os supostos homens do poder que a “democracia” elege… ou a finança compra? Não sei como dizer.
Aí estaria uma boa maneira de provar que “o povo é quem mais ordena” é mais do que uma cantiga porque é o que a Constituição diz ser mas, afinal, não consegue mostrar que seja, tal como também é o poder em nome do qual a Justiça actua em vez de se vergar àquela força que parece dominá-la!
Reconhecerei que estava errado, mas ficarei feliz, se vir atirar a primeira pedra para aquele charco imundo onde tantos poderosos chafurdam!
Mas continuo a pensar que, pelo contrário, verei mais um “cristo” ser crucificado para salvar a desumanidade, deixando de fora todos os “barrabás” que por aí andam. Mas como depois ressuscita… tudo voltará a ser como dantes, com todos nós a levar a cruz às costas.


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