Não me restam grandes
dúvidas de que não ficarão por aqui os escândalos financeiros escondidos por
detrás de ilustres figuras às quais, agora, a Justiça tem a oportunidade de dar
o tratamento adequado, assim como o faz ao desgraçado que, com a vida bem
complicada, não tem como evitar deslizes que nada são quando se comparam com
estas manobras de autênticos roubos e de açambarcamento de dinheiro que já estará
a bom recato, algures num desses paraísos fiscais com os quais nem os mais
poderosos do mundo são capazes de acabar. Porque será? Eu desconfio…
E, porque tenho tantos
anos de “antigo regime” como de “democracia”, ao contrário de muitos que por aí
andam a falar de coisas das quais pouco ou nada sabem, dei conta dos “bem-sucedidos”
a quem a mudança de regime “estragou a vida”. Gostaria agora de ver que o mesmo
acontecia àqueles, e são imensos, a quem esta “democracia” a favoreceu. Será
que terei essa sorte ou, nestes crimes a que chamam de “colarinho branco”,
continuarei a ver brincar à justiça, só para eleitor pateta ver?
Não pode, tamanho
escândalo, ser obra de um homem só, como o provam já os tentáculos do polvo que
se transformou num monstro que talvez seja o maior deste mundo da finança
nacional. Por isso se impõe que o bicho seja completamente retirado da sua
toca, analisado de cabo a rabo e dissecado até serem bem conhecidas todas as
suas entranhas.
Vi já apontados alguns
nomes que, rapidamente, parecem cair na ignorância, sair do mundo das
suspeições. Sei lá porque!
Por isso, ainda que o “doa
a quem doer” fosse a melhor forma de demonstrar, finalmente, que a “democracia”
tem méritos que nunca conseguiu mostrar, fica-me a natural dúvida que o passado
me inspira, a de não ter a Justiça força que vergue os poderes dos que, em
secretárias de luxo, sentados no poder do “seu” dinheiro e assessorados pelos
seus eficientes esbirros, manobram, como melhor lhes convém, os cordelinhos das marionetes
que são os supostos homens do poder que a “democracia” elege… ou a finança
compra? Não sei como dizer.
Aí estaria uma boa maneira
de provar que “o povo é quem mais ordena” é mais do que uma cantiga porque é o
que a Constituição diz ser mas, afinal, não consegue mostrar que seja, tal como também é o poder em nome do qual a Justiça actua em vez de se vergar àquela força que parece dominá-la!
Reconhecerei que estava errado,
mas ficarei feliz, se vir atirar a primeira pedra para aquele charco imundo
onde tantos poderosos chafurdam!
Mas continuo a pensar que,
pelo contrário, verei mais um “cristo” ser crucificado para salvar a
desumanidade, deixando de fora todos os “barrabás” que por aí andam. Mas como
depois ressuscita… tudo voltará a ser como dantes, com todos nós a levar a cruz às costas.
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