ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 20 de julho de 2014

O SLOGAN DO MOMENTO: A LUTA CONTINUA, PASSOS PARA A RUA!


Pouca atenção tenho prestado a esta manifestação de interesses pessoais que as ditas “primárias” do PS efectivamente são.
Mas começo a aperceber-me de diversas manobras que, embora a elas associadas, as ultrapassam em estratégia e interesses, porém sem nunca entender como serão assegurados os interesses dos cidadãos comuns em nome dos quais sempre os interesses particulares são defendidos! O velho engodo com que os salvadores da Pátria enganam as multidões.
Se Costa se apresentou como o “salvador” do PS e da Pátria que os portugueses devem preferir para primeiro ministro, lá mais para norte, Rui Rio faz o papel pouco discreto de quem não deseja entrar no jogo. Porém, se uma ”vaga de fundo” acontecer, reclamando que preste os seus serviços ao país onde, como diz, “a crise económica e filha da crise política”, ele não hesitará em avançar.
Ao mesmo tempo e perante o cenário mais do que provável de as eleições não serem tão determinantes como o PS gostaria, Costa pisca o olho ao ansioso Rui Rio dizendo que se for candidato a primeiro-ministro e não conseguir a maioria absoluta não faz o menor sentido construir uma alternativa com este PSD. Mas, se na sequência da derrota eleitoral os sociais-democratas mudarem de liderança, a conversa é outra: "Se me diz: o PSD perde as eleições e muda e aparece outra direcção e tem outra política... Se o PSD for outro PSD com certeza que a conversa também é outra conversa".
Por sua vez, Seguro adopta outra estratégia que é piscar o olho aos eleitores do PSD que, diz não ter dúvidas, com ele votarão PS para garantir a estabilidade.
E fico sem entender quais são, afinal, as soluções para salvar o país seja com a aliança ou com a transfusão que não passam de estratégias alternativas para chegar ao poder que todos querem sem nos dizerem o que com ele vão fazer. O mesmo de sempre… certamente.
Mas uma vítima haverá, a menos que, por obra de um milagre qualquer que possa acontecer, conseguir maioria nas eleições. Será Passos Coelho o homem que, diga-se o que se disser, foi capaz de, se não pela melhor maneira mas pela que foi possível, ser suficientemente teimoso para evitar desgraças maiores. Não é o meu ídolo, mas é, mesmo assim, o menos mau de todos.
Entretanto, esquecidos os verdadeiros carrascos do país, a festa vai continuar com novos actores e apenas uma coisa me apetece dizer: a crise política, sem dúvida, continuará seja qual for o resultado destas primárias inovadoras, porque os problemas não são criados pelo Passos Coelho que todos transformam no bode expiatório dos maus momentos que vivemos, mas sim pela falta de sentido de Estado dos ambiciosos pelo poder.
Continuamos cegos, enquanto as desgraças vão acontecendo, venham do BES, da PT ou seja de onde for, porque mais ainda vão acontecer neste mundo financeiro assente sobre equívocos e mentiras que o tempo, inexoravelmente, vai fazer ruir, sejam Costa, Rui Rio ou quem for que ganhe esta luta inglória pelo poder que, sem juízo, não será de ninguém.


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