Pierre
Moscovici, ministro da Fazenda do governo socialista francês até 2014 e agora
na Comissão Europeia, parece querer afirmar-se aqui de um modo que não conseguiu
enquanto participou no governo de França.
Nas
suas declarações públicas sobre “desequilíbrios” a que é necessário que a UE
preste atenção e que tanto jeito deram ao PS para uma manobra de diversão no
momento em que o seu “chefe” não foi feliz em declarações que fez, Moscovici
perdeu uma boa oportunidade para estar calado porque, para além de não dizer
nada de novo, nada que não fosse conhecido e não estivesse já controlado e
fizesse parte dos efeitos próprios de uma gestão de recuperação dos danos
causados pelo governo Sócrates, acaba por criticar-se a si próprio por aquilo
que, afinal, antes não fez no seu país!
Mas
esta é uma atitude normal que sempre me levou a estar atento ao que dizem os
ex-governantes que, aproveitando-se da desatenção generalizada dos cidadãos, se
prestam a ser os críticos mais ridículos da suas próprias incompetências.
Mas
o que mais me parece digno de realçar nesta altura em que é dever de todos nós
estar atento e informado para que, lá mais para o final do ano, possamos votar
em consciência, é a atitude do Partido Socialista que revela a sua total
incapacidade de opinião própria, fazendo da de outros a que não consegue ter.
Que
terá dito Moscovici que o PS não soubesse já?
Há
críticas e não poucas que, decerto, podem ser feitas ao governo de Passos
Coelho. Mas nada que se compare às que são cada vez mais óbvias de fazer às
razões que o PS e outros apontam para terem os favores dos eleitores distraídos.
Não
será nestas críticas que encontraremos as respostas aos problemas que teremos
de superar para que continuar o processo de recuperação que, não há como
desmenti-lo, conseguimos já percorrer em parte.
Porque
não coram de vergonha os que colocam os seus interesses próprios acima do bem
comum do qual jamais deveriam esquecer-se?
Porque
precisam, urgentemente, de recuperar o poder que lhe permitirá satisfazer as
clientelas que esperam, de novo, a sua vez, os “jobs for the boys” que o PS
celebrizou.