Que
jornalismo este que não consegue deixar de opinar quando apenas deve dar
notícias, o que faz, muitas vezes, da forma mais estúpida!
Começo
a ler as notícias desta manhã e deparo-me com o título “mais natalidade em 2014, mas não graças a Passos”.
Além
do insólito que sugere, pois não creio que seja função do primeiro-ministro de
um país com problemas de natalidade andar por aí a fazer filhos, o corpo da
notícia acaba por desdizer o título.
De
facto, mesmo dizendo que “a maioria das medidas propostas pela comissão que
estudou a natalidade não foi implementada pelo executivo”, a notícia adianta
que “alívio sentido no final do programa
de ajustamento, explica a mudança”.
Eu
não li o relatório que, por certo, a tal douta comissão de natalidade terá
feito e, por isso, nem imagino as medidas que terá proposto para resolver um
problema cuja análise e, sobretudo, medidas de resolução não podem deixar de
ser um programa de futuro complexo, porque esta questão de inverter a tendência
da baixa natalidade nos países ditos desenvolvidos vai muito para além de um
programa de governo e não se resolve com as medidas avulsas que um qualquer “programa
de comissão” possa propor. Que estultícia!
Já,
por diversas vezes, reflecti sobre esta questão essencial para a manutenção da espécie e que é mais uma das “doenças” de uma
civilização que ignora o futuro, pelo que não vou repetir-me aqui.
Mas
seja o que for que tenha sucedido e levou a que aumentasse o número de nascimentos, será,
por certo, o mesmo que, também em 2014, fez crescer de 30% as vendas de carros
novos!
E, como
dizem os “sábios” do costume e o jornal em que li a notícia relata “alívio da tensão da crise” teve um
“efeito psicológico” sobre os portugueses, que tomaram “decisões adiadas”
quando perceberam que o pior já tinha passado.
Em
primeiro lugar, aquilo que diga uma comissão à qual seja pedido um estudo, não
é vinculativo e a adopção da suas sugestões terá de ser feita por integração nas diversas e numerosas medidas que o Governo põe em prática, se não mesmo substituídas
por outras de efeito idêntico ou nem adoptadas sequer, porque governar é mais do que adoptar simplesmente medidas que "comissões" proponham.
Seja
como for, se Passos foi o Primeiro-Ministro do Governo que conseguiu, no prazo
previsto e no que muitos não acreditavam, concluir o programa de ajustamento que fez sentir que o pior tinha passado e, como consequência, foi causa do “alívio” sentido que permitiu aos cidadãos tomar as “decisões adiadas”, de terem mais filhos e de comprarem carros novos, como dizer, então, que
houve “mais nascimentos em 2014, mas não graças a Passos”?~
Mas a campanha eleitoral já chegou ao jornalismo de meia tijela? Sim, porque um título destes não é de um jornalista, decerto.
Mas a campanha eleitoral já chegou ao jornalismo de meia tijela? Sim, porque um título destes não é de um jornalista, decerto.
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