Tenho
por António Guterres a maior admiração desde os seus tempos de simples deputado
do PS nas bancadas do Plenário da Assembleia da República.
Vejo
nele um homem íntegro, um socialista convicto e um humanista dedicado.
Vi
nele, depois, um primeiro-ministro que quis, com as suas decisões, realizar o socialismo
que o seu imaginário tinha sonhado.
Senti-o, mais tarde, um homem desiludido porque o que conseguiu não foi, de todo, o que desejava e, sério e íntegro como
sempre o considerei, abandonou o cargo antes do “atoleiro” em que Portugal se
tornaria se fossem prosseguidas as políticas “socialistas” que a realidade não
comporta. E o atoleiro aconteceu!
Penso
que entendeu que ser socialista é ser solidário na escassez inevitável em vez de o tentar ser na insustentável abastança que os limitados recursos deste mundo não consentem.
Pela leitura que fiz da sua atitude e da sua vida depois dela, creio que António Guterres
se desiludiu da “politiquice” que ele julgou ser política, acordou de um sonho
utópico para se entregar a outro mais real, na ajuda humanitária àqueles a quem
a política não reconhece o direito a viver dignamente.
Duvido,
por tudo isto, que Guterres esteja disponível para regressar à politiquice e, assim, para ser o Presidente da
República de quem se esperam atitudes incompatíveis com os sentimentos que o
movem, com a certeza que tem de não ser com este “socialismo” que o mundo se
tornará melhor.
Não
creio que António Guterres me vá desiludir.
Sem comentários:
Enviar um comentário