A
primeira é o canto de vitória de Varoufakys depois de se conformar com um
acordo que, afinal, não é mais do que o prolongamento do programa que estava em
curso, descrito, porém, de um modo mais suave. Aliás, é para isso que servem os
eufemismos…
A
Grécia “ganhou” 4 meses para reflectir sobre um novo resgate que, em face da
sua situação, estou crente de que nada o evitará.
Portanto,
a vitória de Varoufakys foi adiar um novo resgate por quatro meses dilatando o
anterior, o que não foi, de todo, aquele deixar a austeridade que o Syrisa
festejou porque continua de pé o compromisso de pagar o que é devido.
Mas
se os gregos se sentem felizes assim…
Não
acredito, a menos razões políticas desesperadas e, por isso, com
consequências imprevisíveis, que a Grécia encontre outros parceiros disponíveis,
sejam a Rússia ou a China, porque neste mundo em crise permanente as coisas continuam
muito difíceis para todos.
A
outra foi dizer-se que Portugal esteve contra a Grécia nas negociações, o que
perde razão quando Portugal não impediu nada e foram, até, outros países que
perderam a paciência com as exigências gregas que, afinal, de nada serviram.
Apenas
não entendi a ida da ministra das finanças à Alemanha antes da reunião, fosse a
razão qual fosse, porque sempre seria interpretada como um “receber de
instruções” para as negociações que iam seguir-se. Realmente, foi de amador
porque nem para receber instruções a viagem seria necessária!
E
assim se mostra, uma vez mais, que a política é como o teatro. Tem as suas
representações que transmitem ao público as ilusões que gosta de ver, encobrindo
as realidades que os actores vivem.
A
minha esperança fica agora reduzida a muito pouco. Apenas ao bom senso que este
susto possa ter gerado e desperte a atenção para soluções mais conformes com a
realidade fora do palco em que se monta esta cena.
Talvez a Grécia tenha entendido não lhe ser conveniente voltar as costas à Europa e esta tenha compreendido que há forma de dar a volta aos problemas...
Talvez a Grécia tenha entendido não lhe ser conveniente voltar as costas à Europa e esta tenha compreendido que há forma de dar a volta aos problemas...
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