ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O INEVITÁVEL ENCONTRO COM O FUTURO

O dono de uma loja de óculos iniciava o seu novo funcionário no negócio e explicava-lhe: quando te perguntarem o preço de uns óculos tu dizes o seu valor e reparas na cara do cliente. Se ele se mantiver calmo acrescentas, só as armações. O cliente vai perguntar o preço das lentes e tu dizes qual é. Do mesmo modo, se ele nem pestanejar acrescentas, cada lente…
É assim que me parece que o novo governo grego está a tentar negociar a sua dívida para a qual, afinal, já não pede um perdão mas que seja paga em função do PIB! Depois, vão ver no que dá e, muito provavelmente, adoçarão a nova proposta…
Não vou aprofundar os pormenores desta proposta que, sem condições muito cuidadas, me parece que seria uma recompensa para o prevaricador.
Mas não me espanta que assim procedam em face da situação a que chegaram, pois não tenho dúvidas de que, sem uma ajuda, se afundarão na tormenta que a sua desorganização causou.
Mas nada poderá ser feito de um modo precipitado e, muito menos, em jeito de conspiração montada em conversações a dois e dois quando o relacionamento em causa é com a Europa.
Não me parece, pois, bem que, depois da conversa com o ministro da economia grego, o Reino Unido invoque os prejuízos que terá para apoiar os interesses gregos, como tal me não parece o desejo grego de que os juros de Portugal aumentem significativamente para nele poderem ter mais um apoiante da sua causa.
Também uma vez mais me parece precipitada a opinião do “Nobel” Paul Krugman que tantas opiniões já deu para acabar com uma crise que nunca mais acaba e agora aconselha a Europa a aceitar as propostas gregas!
Se é certo que temos de respeitar a escolha que os gregos fizeram, é igualmente certo que terão os gregos de respeitar as escolhas dos outros bem como os interesses alheios aos quais não podem sobrepor os seus.
Não me restam dúvidas de que alguma solução terá de ser encontrada depois desta “investida” grega que, na melhor das hipóteses, pode ter a enorme virtude de acelerar um encontro com o futuro, desde há muito já marcado mas que não creio vá ser muito pacífico. 


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