ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

QUANDO SE DÁ O TIRO NO PÉ


Pierre Moscovici, ministro da Fazenda do governo socialista francês até 2014 e agora na Comissão Europeia, parece querer afirmar-se aqui de um modo que não conseguiu enquanto participou no governo de França.
Nas suas declarações públicas sobre “desequilíbrios” a que é necessário que a UE preste atenção e que tanto jeito deram ao PS para uma manobra de diversão no momento em que o seu “chefe” não foi feliz em declarações que fez, Moscovici perdeu uma boa oportunidade para estar calado porque, para além de não dizer nada de novo, nada que não fosse conhecido e não estivesse já controlado e fizesse parte dos efeitos próprios de uma gestão de recuperação dos danos causados pelo governo Sócrates, acaba por criticar-se a si próprio por aquilo que, afinal, antes não fez no seu país!
Mas esta é uma atitude normal que sempre me levou a estar atento ao que dizem os ex-governantes que, aproveitando-se da desatenção generalizada dos cidadãos, se prestam a ser os críticos mais ridículos da suas próprias incompetências.
Mas o que mais me parece digno de realçar nesta altura em que é dever de todos nós estar atento e informado para que, lá mais para o final do ano, possamos votar em consciência, é a atitude do Partido Socialista que revela a sua total incapacidade de opinião própria, fazendo da de outros a que não consegue ter.
Que terá dito Moscovici que o PS não soubesse já?
Há críticas e não poucas que, decerto, podem ser feitas ao governo de Passos Coelho. Mas nada que se compare às que são cada vez mais óbvias de fazer às razões que o PS e outros apontam para terem os favores dos eleitores distraídos.
Não será nestas críticas que encontraremos as respostas aos problemas que teremos de superar para que continuar o processo de recuperação que, não há como desmenti-lo, conseguimos já percorrer em parte.
Porque não coram de vergonha os que colocam os seus interesses próprios acima do bem comum do qual jamais deveriam esquecer-se?
Porque precisam, urgentemente, de recuperar o poder que lhe permitirá satisfazer as clientelas que esperam, de novo, a sua vez, os “jobs for the boys” que o PS celebrizou.


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