Ainda há pouco, comentava Marcelo Rebelo de Sousa
o programa da nova Administração da RTP, com mais programas para crianças e
para jovens, mais programas culturais, mais produção nacional, melhor
informação, etc etc etc, o que levou Judite de Sousa a perguntar-lhe se achava
que tal programa seria sustentável, porque uma coisa é a qualidade do que se apresenta e outra coisa são as audiências.
Percebi, finalmente, que os apresentadores
dos programas que captam mais atenções sabem como, apesar disso, é muito baixa
a sua qualidade.
Mas se é disso que a maioria gosta e tratando-se
de canais privados, não se lhes pode negar o direito de apresentarem os
programas que mais lhes rendam com a publicidade que as boas audiências
granjeiam.
O que me não agrada nada é a conclusão
directa que disto posso tirar, a qual revela o nível das audiências em Portugal
cuja satisfação, pura e simples, o não fará melhorar.
Então para que elevar o nível de
programação da RTP1 cujos custos todos suportamos se, tal como diz a Judite,
corre o risco de ser outra RTP2 quase sem audiência?
Não sei responder a esta pergunta que me
sugere uma outra que é: para que serve
um serviço público que tanta gente reclama mas que tão pouca gente vê?
Ou será que deveria a RTP adoptar também
uma “casa de qualquer coisa”, mas de mau gosto com certeza, porque é disso que
o povo gosta?
Complicada questão, não é?
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