As
ideologias foram devoradas pelos interesses instalados, as ideias limitam-se às
estratégias para ganhar eleições.
Então,
o que são hoje os partidos políticos? Grupos de interesses organizados por
carreiristas que jugam ser a vida as fantasias que constroem nos arrazoados que
debitam para iludir os ingénuos que têm paciência para os escutar.
Assim
nascem os chavões, as ideias feitas e as palavras de ordem que se inspiram nas
mais aperfeiçoadas técnicas de propaganda na qual a verdade não tem,
necessariamente, lugar.
Não
cabem nestas atitudes preocupações que vão além de um futuro imediato em que a
velha utopia de uma vida fácil possa ser, por algum tempo, garantida por
decreto. Esboroa-se depois e uma nova era de confusão surgirá, até àquela que parece
não haver maneira de reorganizar.
O
pior é, sempre, o acordar do sonho tranquilo para o pesadelo da vida onde
apenas o trabalho pode conquistar o que nenhuma ideologia ou lei pode dar.
É
aí que aparecem os “ladrões” que os novos políticos querem derrotar, para o que
constroem novos chavões, definem novas estratégias e “ideias” que semeiam nas
mentes entorpecidas por dificuldades cada vez maiores.
Por
isso, enquanto não surgirem ideias construídas sobre realidades e não sobre as
fantasias enganosas, velhos ou novos partidos políticos apenas diferirão nos argumentos da estratégia que os conduza ao mesmo fim, a conquista do poder que as vítimas dos
apertos de um cinto que não suporta mais furos, em desespero lhes entregarão.
A
hipocrisia continuará a ser a atitude que torna a vida vivida tão diferente da
realidade que, em breve e por força das circunstâncias, não poderá deixar de se
impor. Com as dores que causar, infelizmente.
Parece-me
que as coisas estão a evoluir a um ritmo bastante rápido na Grécia, na Ucrânia
e um pouco por toda a parte. E, por que não, também em alguns estabelecimentos
prisionais cá da terra?
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