ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A HISTÓRIA DA MACHADINHA

Conta-se que, vendo a mulher sempre muito preocupada, o homem decidiu perguntar-lhe qual a razão de tamanha preocupação que manifestava. Ela, choramingando, respondeu-lhe: sabes aquela machadinha que tens pendurada na adega? Eu estou sempre a pensar que, com o tempo, aquele cordel vai envelhecer, ficar quebradiço e, um dia, a machadinha pode cair na cabeça do nosso menino quando, por ali, for a passar!
É o que me faz lembrar o estado em que se encontra o mundo, onde todos esperam que aconteçam desgraças sem que alguém se lembre de tirar dali a “machadinha”, colocando-a a bom recato.
Pelo contrário, perante a possível queda da "machadinha" que pode ser um grande perigo, cada qual parece apenas querer afastar-se apenas dela para não ser atingido.
A Grécia, no desespero natural de quem se sente a cair no abismo, cortou o cordel que segurava a machadinha que, desamparada, vai cair. Veremos a moça que fará no chão ou nas cabeças sobre as quais se despenhar.
É certo que a Grécia fez uma dívida imensa que não consegue suportar, muito menos se os mercados continuarem a cobrar-lhe os altos juros a que lhe emprestam o dinheiro de que necessita, diz-se que a Grécia não foi transparente nas contas que apresentou a quando da sua candidatura para a entrada no euro, fala-se na corrupção que, na Grécia, encontra uma terra fértil para crescer e pouca gente acreditará que os gregos sejam capazes de, por si, resolver a gravíssima crise em que caíram.
Tomar uma atitude desesperada e drástica seria o corolário lógico da situação criada, como o faria qualquer náufrago que, com medo de se afogar, se agarra a outro que arrasta consigo para o fundo. Como natural me parece que, mesmo sem saber como a aguentar, o governo grego toma a decisão de aumentar o salário mínimo, as pensões e reintegrar funcionários dispensados, sem o que cairia ao fim de poucos dias. Seja o que Deus quiser...
O grave é que me parece que este náufrago, a Grécia, não encontrará bóias a que se agarrar na sua intenção é regressar ao crescimento económico que se vê decrescer por toda a parte.
A Reserva Federal Americana lançou biliões e biliões de dólares no mercado que fizeram aumentar a procura interna e fez "mexer" a economia mas não aumentou significativamente as suas exportações. Aliás, para quem exportaria?
O BCE vai fazer o mesmo na Europa e talvez os resultados não passem de ser os mesmos.
As ditas economias emergentes que iriam mexer com os mercados mundiais não crescem como se esperava. Pelo contrário, decrescem.
E, para baralhar mais as contas, acontece uma crise do petróleo atípica, diferente das que antes já tivemos, que faz um bem cada vez mais escasso baixar de preço!
E não me vou esquecer do alerta lançado por um economista que afirma ter a “poderosa” Alemanha uma dívida encoberta de 5 biliões (milhões de milhões) de euros, como não esqueço as circunstâncias difíceis da Rússia que pode ser causa de alguma atitude desesperada também e a forte desaceleração significativa da economia chinesa em relação à pujança que mostrava há poucos anos atrás.
Afinal, tornou-se iminente o choque com o futuro, aquele que nos fará acordar deste sonho de vida fácil que nada me faz crer que possamos recuperar.


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