Enquanto acontecia aquele dramático apelo
de um doente com hepatite C que, certamente ajudado por alguém a quem a cena
convinha, interrompeu uma sessão de uma comissão em que o ministro da saúde
prestava esclarecimentos (como terá chegado até ali?), o Governo continuava as
negociações com a farmacêutica que fornece o medicamento milagroso que cura a
doença (sovaldi), acabando por conseguir condições que agora permitirão tratar
milhares de doentes em vez das poucas centenas que, antes, poderia tratar.
O ministro da saúde esclareceu, numa
conferência de imprensa, que foi conseguido um excelente acordo, mesmo melhor
do que o conseguido por outros países, a Espanha por exemplo, pelo que lhe foi
possível afirmar “Pensávamos tratar algumas centenas
de pessoas. Neste momento vamos tratar milhares de pessoas”.
Foi uma batalha dura que, como acontece em
todas as batalhas, causou algumas vítimas sem as quais a vitória final se não
alcança.
Não as contabilizei mas dei conta de uma
senhora que terá morrido sem o tratamento que talvez a salvasse, porque a
eficácia do medicamento é de 95%. Em contrapartida, milhares de vidas serão,
certamente, salvas.
Duvido que os louvores que este sucesso
merece se façam ouvir no mesmo exaltado tom com que as dificuldades antes
sentidas foram criticadas.
Por isso eu farei parte dos poucos que
agradecem ao Governo português o seu esforço, felizmente bem sucedido, e que
permitirá salvar milhares de vidas que, de outro modo, não seriam.
Mas penso que vai prosseguir esta campanha
eleitoral ruinosa que, até às eleições, provocará muitos danos, tantos quantos os que os provocam necessitam para tentarem vence-las.
Um país com políticos assim não pode ter um
bom futuro!
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