Não me parece que a responsabilidade de
conduzir Portugal pelos caminhos certos neste momento tão delicado para a
Humanidade seja a inspiração da maior parte do que se passa e se diz nesta pré-campanha
eleitoral.
Sobretudo, não me dou conta de que, nas
propostas anunciadas ou nas “contas” que dizem ter feito para as justificar, conste,
das premissas consideradas, a realidade do mundo que mostra tendências bem
diversas das que o optimismo dos candidatos ao poder revelam nas promessas que
fazem.
Não lhes interessa decerto, reconhecer que
o “sonho que comandou a vida” desapareceu da dormência que uma realidade estrondosa
acordou e, ainda estremunhados, não conseguem encontrar soluções para os inúmeros
perigos que, ao longo do seu sono, se acumularam nem para os novos que, agora,
lhes vão entrando porta adentro.
Num país mal informado e com baixo nível de
conhecimento sobre as grandes questões mundiais, cujos efeitos perniciosos sobre
Portugal não podem ser ignorados, as promessas generosas dos que ambicionam
conquistar o poder serão, sem dúvida, aliciantes para os que ainda alimentem o
sonho da vida airada que o passado consentiu mas que não tem lugar no futuro
que as circunstâncias nos impõem.
É tudo isto e muito mais que me preocupa, como me preocupa também a leviandade com que as “personalidades” deste país encaram as questões ou,
melhor dizendo, fogem delas, o que me faz temer pelo futuro de um país quase milenar
que parece querer deixar vergar-se ao peso do longo tempo que já tem vivido.
Apesar do pouco significado que atribuo às
sondagens, tive a curiosidade de ir ver como têm elas evoluído ao longo deste
tempo em que, do Oriente, se aproxima o “mago salvador” deste país que continua
a sonhar com a grandeza que já não tem, e verifiquei que a única mudança
sensível desde então foi que a “boa nova” não parece seduzir mais do que quem nela
veja nela a oportunidade que sempre tem quando o “seu” partido é poder.
Desde uma vantagem significativa nas intenções de voto que colocava o PS próximo da maioria absoluta e se suporia ir crescendo com o tempo pelos efeitos de uma "austeridade" por todos contestada, a evolução foi diferente, esbatendo-se a diferença até uma igualdade que os efeitos da campanha eleitoral e outras realidades podem influenciar também, porventura desfazendo os mitos de uma rotunda vitória anunciada.
Pelas tendências que revelam, as sondagens dizem que podemos estar à beira
de problemas muito sérios, de erros lamentáveis e de um futuro desastroso.
Mas a minha bola de cristal é muito opaca e não me mostra mais do que o bom senso me pode dizer também.
Não vai ser fácil o futuro de um país que não compreende os verdadeiros problemas que tem e pensa ser com simples mudanças de governo que os resolve.
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