ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A MINHA BOLA DE CRISTAL


Não me parece que a responsabilidade de conduzir Portugal pelos caminhos certos neste momento tão delicado para a Humanidade seja a inspiração da maior parte do que se passa e se diz nesta pré-campanha eleitoral.
Sobretudo, não me dou conta de que, nas propostas anunciadas ou nas “contas” que dizem ter feito para as justificar, conste, das premissas consideradas, a realidade do mundo que mostra tendências bem diversas das que o optimismo dos candidatos ao poder revelam nas promessas que fazem.
Não lhes interessa decerto, reconhecer que o “sonho que comandou a vida” desapareceu da dormência que uma realidade estrondosa acordou e, ainda estremunhados, não conseguem encontrar soluções para os inúmeros perigos que, ao longo do seu sono, se acumularam nem para os novos que, agora, lhes vão entrando porta adentro.
Num país mal informado e com baixo nível de conhecimento sobre as grandes questões mundiais, cujos efeitos perniciosos sobre Portugal não podem ser ignorados, as promessas generosas dos que ambicionam conquistar o poder serão, sem dúvida, aliciantes para os que ainda alimentem o sonho da vida airada que o passado consentiu mas que não tem lugar no futuro que as circunstâncias nos impõem.
É tudo isto e muito mais que me preocupa, como me preocupa também a leviandade com que as “personalidades” deste país encaram as questões ou, melhor dizendo, fogem delas, o que me faz temer pelo futuro de um país quase milenar que parece querer deixar vergar-se ao peso do longo tempo que já tem vivido.
Apesar do pouco significado que atribuo às sondagens, tive a curiosidade de ir ver como têm elas evoluído ao longo deste tempo em que, do Oriente, se aproxima o “mago salvador” deste país que continua a sonhar com a grandeza que já não tem, e verifiquei que a única mudança sensível desde então foi que a “boa nova” não parece seduzir mais do que quem nela veja nela a oportunidade que sempre tem quando o “seu” partido é poder.
Desde uma vantagem significativa nas intenções de voto que colocava o PS próximo da maioria absoluta e se suporia ir crescendo com o tempo pelos efeitos de uma "austeridade" por todos contestada, a evolução foi diferente, esbatendo-se a diferença até uma igualdade que os efeitos da campanha eleitoral e outras realidades podem influenciar também, porventura desfazendo os mitos de uma rotunda vitória anunciada.
Pelas tendências que revelam, as sondagens dizem que podemos estar à beira de problemas muito sérios, de erros lamentáveis e de um futuro desastroso.
Mas a minha bola de cristal é muito opaca e não me mostra mais do que o bom senso me pode dizer também.
Não vai ser fácil o futuro de um país que não compreende os verdadeiros problemas que tem e pensa ser com simples mudanças de governo que os resolve.


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