Tenho poucas dúvidas, se algumas, de que
estamos a viver tempos de profunda mudança.
É impossível não reparar na instabilidade
própria das situações limites que antecedem a derrocada inevitável do que já
não é sustentável, pois é essa a situação que vivemos ao longo dos últimos
anos.
A persistência no erro prolonga o sofrimento
e atrasa o refazer da vida se for nossa intenção continuá-la.
A “Segunda-Feira negra” que, a partir da
China, pintou de vermelho todas as “bolsas” do mundo, é o sinal mais óbvio da
elevada tensão que, a qualquer instante, pode fazer rebentar a bolha da grande ilusão
que é a de sermos capazes de ultrapassar limites intransponíveis e sairmos
vencedores da batalha que resolvemos travar contra a Natureza, porventura no
convencimento bíblico de que David sempre vence Golias!
Na que, em breve, seria a maior economia do
mundo, o céu parece estar a cair, arrastando consigo os outros céus.
É curioso notar que na explicação mais
popularizada da “teoria do caos” se diz que “se uma borboleta bater as asas em Pequim, acabará por desencadear uma
tempestade em Nova Iorque”. Porque foi o que sucedeu quando, após o
afundamento da bolsa de Xangai, apesar dos desmedidos esforços do governo chinês para a evitar, Wall Street sentiu a dureza da queda
desamparada que os seus malabaristas financeiros não conseguiram, de todo,
evitar.
Parece tudo estar a voltar a 2008 para
recomeçar a batalha inglória de tentar vencer a crise financeira que veio para
ficar e me parecer ser a “manobra de diversão” que nos distrai de outras crises
bem mais perigosas a que não prestamos a devida atenção.
Valerá a pena manter a ilusão de acreditar
numa economia cansada de tanto esforço para não cair porque é cada vez mais
difícil manter a atitude de usar e deitar fora que a alimenta mas que a
realidade, cada vez melhor conhecida, revela ser impossível?
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