A política portuguesa quase me parece o
recreio da escola onde, bem pequeno ainda, aprendi o b-a-bá.
Todos éramos miúdos e tínhamos, da vida,
apenas a ideia do momento que passa, tantas vezes esquecendo o que passou e
jamais nos preocupando com o que há-de vir.
A verdade era aquela que a cada momento parecia
ser, nunca pensando que dela poderia ser apenas uma parte, até um nada sem
qualquer importância ou, simplesmente, um equívoco.
Mas, fosse o que fosse, era a verdade pela
qual, com a generosidade própria dos verdes anos, seríamos capazes de lutar e chamaríamos
mentiroso a quem tivesse a veleidade de a contradizer.
Evidentemente que, para os políticos que
por aí andam sempre à procura de um lugar ao sol, se põem em bicos de pés para
que lhe vejamos, na cara, aqueles esgares que nem com um sorriso se parecem, esses
tempos já passaram há muito e não será por ingenuidade que confundem a árvore
com a floresta e têm comportamentos de meninos idiotas quando fazem de um pequeno
nada uma monstruosidade, de qualquer pequeno senão uma tragédia ou de alguma
melhor oportunidade uma retumbante vitória que nos possa impressionar.
Inventaram um jogo engraçado que consiste
em dizer ser mentira o que a outro competirá provar que o não é.
O INE, o Tribunal de Contas, a UTAO, o FMI,
o Junker ou seja quem for que, pelo modo ou pela oportunidade, nem sempre me
parecem inocentes no que digam, fornecem os dados com os quais, depois, se começa
o jogo.
Ontem, a já tão controversa UTAO, informou
que a recolha de impostos, no primeiro semestre do ano, estaria abaixo do previsto
no OE, o que poderia significar um “rombo” de 660 milhões nos resultados do
ano!
Tanto bastou para festejarem e saltarem,
quais mastins, os que estão sempre prontos a apontar a mentira com que o
governo nos está sempre a enganar.
Atitudes ridículas, impróprias de gente que
tem a pretensão de governar um país mas não tem a sensatez de pensar que não é por
um miúdo crescer dez centímetros entre os nove e os dez anos que, aos vinte e
cinco, terá dois metros e meio!
Mas é a oportunidade que têm e aproveitam-na
porque a mentira repetida se transforma numa verdade para aqueles de quem se possa dizer que “com papas e bolos
se enganam os tolos”.
É de tolos que querem fazer de nós, porque
as contas só se fazem no fim!
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