ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 4 de agosto de 2015

COM PAPAS E BOLOS…


A política portuguesa quase me parece o recreio da escola onde, bem pequeno ainda, aprendi o b-a-bá.
Todos éramos miúdos e tínhamos, da vida, apenas a ideia do momento que passa, tantas vezes esquecendo o que passou e jamais nos preocupando com o que há-de vir.
A verdade era aquela que a cada momento parecia ser, nunca pensando que dela poderia ser apenas uma parte, até um nada sem qualquer importância ou, simplesmente, um equívoco.
Mas, fosse o que fosse, era a verdade pela qual, com a generosidade própria dos verdes anos, seríamos capazes de lutar e chamaríamos mentiroso a quem tivesse a veleidade de a contradizer.
Evidentemente que, para os políticos que por aí andam sempre à procura de um lugar ao sol, se põem em bicos de pés para que lhe vejamos, na cara, aqueles esgares que nem com um sorriso se parecem, esses tempos já passaram há muito e não será por ingenuidade que confundem a árvore com a floresta e têm comportamentos de meninos idiotas quando fazem de um pequeno nada uma monstruosidade, de qualquer pequeno senão uma tragédia ou de alguma melhor oportunidade uma retumbante vitória que nos possa impressionar.
Inventaram um jogo engraçado que consiste em dizer ser mentira o que a outro competirá provar que o não é.
O INE, o Tribunal de Contas, a UTAO, o FMI, o Junker ou seja quem for que, pelo modo ou pela oportunidade, nem sempre me parecem inocentes no que digam, fornecem os dados com os quais, depois, se começa o jogo.
Ontem, a já tão controversa UTAO, informou que a recolha de impostos, no primeiro semestre do ano, estaria abaixo do previsto no OE, o que poderia significar um “rombo” de 660 milhões nos resultados do ano!
Tanto bastou para festejarem e saltarem, quais mastins, os que estão sempre prontos a apontar a mentira com que o governo nos está sempre a enganar.
Atitudes ridículas, impróprias de gente que tem a pretensão de governar um país mas não tem a sensatez de pensar que não é por um miúdo crescer dez centímetros entre os nove e os dez anos que, aos vinte e cinco, terá dois metros e meio!
Mas é a oportunidade que têm e aproveitam-na porque a mentira repetida se transforma numa verdade para aqueles de quem se possa dizer que “com papas e bolos se enganam os tolos”.
É de tolos que querem fazer de nós, porque as contas só se fazem no fim!


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