ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

DESEMPREGO, UM MOMENTO HISTÓRICO?


 Que pode interessar a um desempregado, sem condições para ganhar a vida, que a taxa de desemprego seja esta ou aquela? Aparentemente nada, porque continua desempregado!
Porém, não é indiferente se a taxa é alta ou é baixa, se aumenta ou se decresce porque o bem-estar de cada um também depende do bem-estar geral, ao qual o nível de emprego não é indiferente.
Não faz, pois, sentido algum que ao natural regozijo de ver a taxa de desemprego baixar e, até a partir de um valor que permita perspectivar melhores dias, considerar o momento “histórico”, contrapor o sofrimento que sintam os que, mesmo assim, continuam desempregados.
Não passa de demagogia rasteira, pranto de carpideira barata que mostra o incómodo que, em alguns, causa o sucesso que outros possam ter nesta tarefa dura de governar um país cheio de problemas.
O desemprego subiu em Portugal desde o início deste século, quando era da ordem de 4%, sendo já superior a 12% quando, em 2011, o Governo português, chefiado por José Sócrates, solicitou um resgate financeiro internacional que evitasse a bancarrota iminente.
As medidas a que, de seguida, a reversão da situação criada obrigou, explicitamente os cortes profundos na despesa, fez crescer ainda mais o desemprego que, em 2013, atingia valores da ordem dos 16%, após o que teve início uma recuperação do emprego que faz descer a taxa para cerca de 14% em 2014.
Uma boa notícia actual é que “a taxa de desemprego caiu 1,8 pontos percentuais no segundo trimestre de 2015, passando de 13,7% para 11,9%, mostram os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística”.
Tal significa que foi atingido um nível de desemprego semelhante ao que se verificava a quando do pedido de resgate, mas desta vez com tendência decrescente, ao invés do que, então, se verificava.
Se é um momento histórico? Com certeza, mesmo que tal não signifique mais do que a esperança de que continue a decrescer porque a economia do país se dinamizou e se inverteu a tendência que nos levou à austeridade da qual queremos libertar-nos.
Seja como for, sinto-me feliz por ver o desemprego baixar.

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