Porém,
não é indiferente se a taxa é alta ou é baixa, se aumenta ou se decresce porque
o bem-estar de cada um também depende do bem-estar geral, ao qual o nível de
emprego não é indiferente.
Não
faz, pois, sentido algum que ao natural regozijo de ver a taxa de desemprego baixar
e, até a partir de um valor que permita perspectivar melhores dias, considerar
o momento “histórico”, contrapor o sofrimento que sintam os que, mesmo assim,
continuam desempregados.
Não passa de demagogia rasteira, pranto de carpideira barata que mostra o incómodo que, em alguns, causa o sucesso que outros possam ter
nesta tarefa dura de governar um país cheio de problemas.
O
desemprego subiu em Portugal desde o início deste século, quando era da ordem
de 4%, sendo já superior a 12% quando, em 2011, o Governo português, chefiado
por José Sócrates, solicitou um resgate financeiro internacional que evitasse a
bancarrota iminente.
As
medidas a que, de seguida, a reversão da situação criada obrigou,
explicitamente os cortes profundos na despesa, fez crescer ainda mais o
desemprego que, em 2013, atingia valores da ordem dos 16%, após o que teve
início uma recuperação do emprego que faz descer a taxa para cerca de 14% em
2014.
Uma
boa notícia actual é que “a taxa de
desemprego caiu 1,8 pontos percentuais no segundo trimestre de 2015, passando
de 13,7% para 11,9%, mostram os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional
de Estatística”.
Tal
significa que foi atingido um nível de desemprego semelhante ao que se
verificava a quando do pedido de resgate, mas desta vez com tendência
decrescente, ao invés do que, então, se verificava.
Se
é um momento histórico? Com certeza, mesmo que tal não signifique mais do que a
esperança de que continue a decrescer porque a economia do país se dinamizou e
se inverteu a tendência que nos levou à austeridade da qual queremos
libertar-nos.Seja como for, sinto-me feliz por ver o desemprego baixar.
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