ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A RAZÃO DA MAIORIA E A MAIORIA DA RAZÃO


Quando o mundo vive problemas muito sérios que podem por em causa a sobrevivência da própria Humanidade que habita este planeta há muitos milhões de anos mas que, ao longo de pouco dos mais de dois séculos de “revolução industrial”, delapidou os recursos naturais, degradou profundamente o Ambiente de que necessita para viver e acelerou e as alterações climáticas naturais de um modo que, quase por certo, lhe virá a criar condições de vida muito difíceis de enfrentar, é necessário e urgente rever os procedimentos de tomada das decisões políticas, porque são agora outras e bem diferentes as razões para as tomar.
É um modo de viver comprometido pelos danos profundos que causou e continua a causar, ultrapassando já os que sem más consequências, porventura até irreversíveis, a Terra pode suportar.
Os políticos não conseguem já evitar reconhecer esta verdade, mas não são capazes de a enfrentar com os procedimentos que a realidade mostra indispensáveis para evitar males maiores.
E de “boas intenções” continua a encher-se o inferno…
A capacidade do nosso planeta, baseada em ciclos naturais de reposição e de regeneração de recursos, tem limites que a observação científica verificou estarem ultrapassados pela intensidade do consumo, de tal modo que a “produção anual” já mais não dá do que para meio ano, a partir do que consumimos as reservas que, sem dúvida e pelo ritmo crescente que as últimas décadas revelaram, rapidamente chegarão ao fim.
É a falência de um tipo de vida que, apesar disso, continua a ser a ilusão que todos perseguem em migrações desesperadas que parecem querer concentrar o mundo exactamente onde, apesar das aparências, ele começa a morrer.
A visão curta da política, habituada a não pensar o amanhã e incapaz de se dar conta das mudanças que acontecem, apesar de a cada dia serem mais evidentes, cava cada vez mais fundo o buraco em que se enterra e torna cada vez mais difícil a vida dos vindouros, até ao dia dos que se aperceberão que, inevitavelmente, o fim da Humanidade é uma certeza.
Perdeu-nos a “razão da maioria” que escolheu este caminho.
Poderá aliviar os nossos males a “maioria da razão” que possa entender a necessidade de rigor de comportamentos onde outros direitos não cabem para além dos que se conformem com o respeito pela Natureza da qual somos, cada vez mais, uma parte insignificante.


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