ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

ESTUDOS OU CONTAS?


Ainda há quem se deslumbre com os “estudos” em que alguns políticos dizem basear as suas previsões, sobretudo as que nos querem fazer crer num sucesso que as circunstâncias não suportam.
“Estudo” sempre faz pensar em algo de muito sério e fora do alcance do comum dos mortais, algo de misterioso a que só os mais dotados têm acesso e de cujos resultados se não pode duvidar.
Mas duvidar como? Um estudo é um estudo e ponto! Se o for.
Diz o PS serem estudos macroeconómicos as “contas” que faz e que têm por base as políticas optimistas de “crescimento económico” que propõe e dos quais resulta a “convicção” da criação de mais de 200.000 empregos em quatro anos, a par da redução do défice até pouco mais de 1% do PIB.
Contas simples que têm por base parâmetros que não dominam, taxas de crescimento que, por certo, jamais irão acontecer.
Não conheço forma de fazer “estimativas certas” como são as que resultam das “contas” que o PS diz poder mostrar, ao contrário das que, dizem, outros escondem.
Afinal os “estudos” não passam de “contas” que, certas ou erradas, não são mais do que as hipóteses em que se baseiem. E as hipóteses do PS quais são? Precisamente as que conduzem aos resultados que convêm.
É aqui que está a questão se coloca, nas premissas que fazem com que as contas, ainda que aritmeticamente certas, possam conduzir a resultados falhados, bem diferentes daqueles que a realidade mostrará mais tarde.
E mais uma vez se provará que a política não é aritmética e que a demagogia não pode substituir a realidade na qual as contas devem basear-se mas que, por interesse ou ignorância, jamais é considerada.
Transformar a política num computador estúpido que com uma rapidez insuperável faz as contas que lhe mandam fazer, parece ser a tendência desta política que está a viver os seus últimos dias. Dias de desespero.
Cá por mim, não vejo que "contas" nos poderão salvar da estupidez de pensar que é no consumismo que estará a solução a que apenas uma racionalidade sóbria nos pode levar.



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