Ainda
há quem se deslumbre com os “estudos” em que alguns políticos dizem basear as
suas previsões, sobretudo as que nos querem fazer crer num sucesso que as
circunstâncias não suportam.
“Estudo”
sempre faz pensar em algo de muito sério e fora do alcance do comum dos
mortais, algo de misterioso a que só os mais dotados têm acesso e de cujos
resultados se não pode duvidar.
Mas
duvidar como? Um estudo é um estudo e ponto! Se o for.
Diz
o PS serem estudos macroeconómicos as “contas” que faz e que têm por base as políticas
optimistas de “crescimento económico” que propõe e dos quais resulta a “convicção”
da criação de mais de 200.000 empregos em quatro anos, a par da redução do
défice até pouco mais de 1% do PIB.
Contas
simples que têm por base parâmetros que não dominam, taxas de crescimento que,
por certo, jamais irão acontecer.
Não
conheço forma de fazer “estimativas certas” como são as que resultam das
“contas” que o PS diz poder mostrar, ao contrário das que, dizem, outros
escondem.
Afinal
os “estudos” não passam de “contas” que, certas ou erradas, não são mais do que
as hipóteses em que se baseiem. E as hipóteses do PS quais são? Precisamente as
que conduzem aos resultados que convêm.
É
aqui que está a questão se coloca, nas premissas que fazem com que as contas, ainda
que aritmeticamente certas, possam conduzir a resultados falhados, bem
diferentes daqueles que a realidade mostrará mais tarde.
E
mais uma vez se provará que a política não é aritmética e que a demagogia não pode
substituir a realidade na qual as contas devem basear-se mas que, por interesse
ou ignorância, jamais é considerada.
Transformar
a política num computador estúpido que com uma rapidez insuperável faz as
contas que lhe mandam fazer, parece ser a tendência desta política que está a
viver os seus últimos dias. Dias de desespero.
Cá
por mim, não vejo que "contas" nos poderão salvar da estupidez de pensar que é no
consumismo que estará a solução a que apenas uma racionalidade sóbria nos pode
levar.
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