Do rio que tudo arrasta, diz-se ser violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem. Bertold Brecht
Há discursos com os quais me parece estar formalmente de acordo, mas com os quais, afinal, não posso concordar! Só estando muito distraído ou tão acomodado que nem pensar me proponha.
Há discursos com os quais me parece estar formalmente de acordo, mas com os quais, afinal, não posso concordar! Só estando muito distraído ou tão acomodado que nem pensar me proponha.
Uns, são os discursos de princípios, de
ideais, de promessas eleitorais ou de previsões de desgraças que, para além
disso, nada mais contêm que possa justificar a mensagem que transmitem, como de
Varoufakis em que afirma que Espanha será a “nova Grécia”. Outros são os que,
sem se darem conta de como as coisas mudaram, tanto os “artistas” da peça como
os próprios cenários e os adereços , tiram conclusões e apontam soluções como se nada tivesse
mudado, como acontece com o tão “conceituado” Krugman que, um dia, foi Prémio
Nobel da Economia, mas me faz lembrar o que “ganha fama e, depois, goza a sombra da bananeira.
São, ainda, os discursos do “coitadinho”, como que um “catecismo” recitado por quem se queixa de ninguém fazer nada por si, passando,
nessas lamúrias, todo o tempo à espera de que alguém faça o que só ele próprio pode
fazer por si mesmo.
É desses discursos fáceis de fazer que
nascem os “chavões”, aquelas pequenas frases que ficam no ouvido como verdades
indesmentíveis que arrebatam os incautos que, para tristeza minha, ainda são
demais.
Não creio que a vida nos dê, a partir de
agora, as oportunidades quase infinitas que já nos deu, nesta autêntica
pilhagem que fazemos do pouco que a natureza disponibiliza para sobrevivermos.
Elas serão cada vez menores e, por isso, ai de quem as desperdice.
Continuarão, ainda por muito tempo, a
vestir Armani os meninos que jogam “monopólio” na Wall Street, na City ou
noutros locais quaisquer, enquanto outros trabalham, se cansam e sujam as mãos
para eles terem que “vender”?
Valerá mais a pena reflectirmos ou fazer
coro com os que nos sugerem cativantes chavões?
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