"Não
é possível saber para onde estaremos a caminhar nos próximos anos, mas não
estamos certamente a caminhar para esse crescimento económico que agora nos
prometem como uma quase inevitabilidade em resultado das políticas de
austeridade". Foi o que, segundo uma notícia que li, afirmou Pedro Marques,
que fez parte do Governo de José Sócrates.
Uma afirmação com a qual, se pouco
atentamente a leio, me sinto tentado a concordar.
Mas não concordo!
Não passa de mais um chavão manipulador das
paixões, dos desagrados e das frustrações dos que foram enganados pelos que
lhes prometeram e continuam a prometer um mundo que já não existe. Mas como é esse
o mundo que desejam, é em afirmações torpes como aquela que os desprevenidos e
os ambiciosos preferem acreditar.
Obviamente, a austeridade não gera
crescimento económico! Controla-o para que não exceda os limites de que depende
o equilíbrio que garante a satisfação perene das nossas necessidades. Verdade que faz parte do saber comum que os políticos não entendem, que está registada em mil ditos com que a experiência de vida se transmite.
A outra via, aquela que, com as razões do
seu tempo, Keynes apontou como o caminho para a retoma do crescimento, deixou
de fazer sentido quando os recursos são escassos, quando o consumo das reservas
deixou de ser um expediente oportuno para ser o modo oportunista de que fazer
crer que os recursos são infinitos.
Não sei que alternativas a Economia pode
ter quando as reservas se esgotam, para além da austeridade que as possa reconstituir
para, depois, poder viver, de novo, em equilíbrio.
Mas, de facto, com os políticos encantados
com o seu umbigo, empenhados na defesa dos seus interesses e alheados dos
problemas mais sérios do mundo, quem poderá saber “por onde estaremos a
caminhar nos próximos anos”?
Por bons caminhos não será, com certeza!
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