ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A MORTE DO PLANETA AZUL?



Agora que alguns dos países signatários do Acordo de Paris sobre aquecimento global resolveram empenhar-se na sua ratificação para que, o mais depressa possível, possa ser posto em prática, agravam-se as perspectivas de um aquecimento mais intenso, porventura impossível de conter dentro de limites razoáveis.
A Assembleia da República Portuguesa tratou o assunto e o que escutei a alguns deputados é a prova da sua ignorância sobre este problema seriíssimo que põe em causa o futuro da Humanidade.
Na realidade, os efeitos do aquecimento global que, ainda há bem poucos anos eram postos em causa por pseudo-cientistas, porventura “aliciados” para desvalorizar o fenómeno que tantos problemas cria à economia consumista, são agora bem evidentes nas elevadas temperaturas que, quase decerto, levarão a terra a bater, pelo terceiro ano consecutivo, o seu record anual de temperatura média global desde que há registos de temperatura comparáveis, iniciados em 1880.
A cada ano que passa, sentem-se bem os acréscimos de temperatura que equipas de cientistas analisam cuidadosamente, incluindo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, da ONU, que afirma que, afinal, o aquecimento global está a acontecer a um ritmo mais elevado do que o previsto. A afirmação é de Robert Watson, antigo presidente do Painel.
Na conferência de Paris, realizada em Dezembro de 2015, foi fixado o objectivo de limitar a 1,5ºC o acréscimo de temperatura média global desde a época pré-industrial.
Mas em 2015, cerca de 200 anos depois, a diferença era já de 1ºC, quando em 2012 era de apenas 0,85ºC, o que corresponde a 0,25ºC em 3 anos, um ritmo muitíssimo superior ao anterior.
Além disso, o número de fenómenos com valores extremos aumentou nos últimos anos, tendo duplicado desde 1990, alterando profundamente as estatísticas habituais e as características climáticas ao longo do ano.
Conforme um relatório das Nações Unidas de 2015, crêem os cientistas que, mesmo que todos os países signatários do Acordo de Paris cumpram os compromissos fixados para limitar a subida da temperatura ao valor fixado, as emissões de gases com efeito de estufa não diminuirão o suficiente durante os próximos 15 anos.
Sendo assim, o objectivo de limitar a 1,5ºC o acréscimo médio global da temperatura desde a era pré-industrial afigura-se praticamente impossível e já estará, provavelmente, superado já em 2030!
O degelo que fará subir demasiado o nível dos oceanos, a temperatura que se tornará dificilmente suportável e até mortal para muita gente, os incêndios florestais, a destruição de ambientes naturais preciosos e tantos outros efeitos, serão as consequências das leviandades de uma sociedade egoísta e ambiciosa que nem perante a realidade se convence dos perigos fatais que está a correr.
Oiço demais falar em combater o capitalismo sem que me digam o que o substituirá, aumentar o consumo sem me dizerem como fazê-lo sem agravar a situação ambiental já tão grave que o seu crescimento gerou, de direita e de esquerda que querem lá saber destas desgraças mas apenas do poder que disputam e jamais oiço os políticos discutir o futuro da Humanidade que está em risco.


O CINISMO REQUINTADO



 Falava eu da ONU que cada vez mais me parecia servir para menos.
E para que servirá neste caso da Síria onde a cada dia são cometidos crimes contra a Humanidade que ninguém condena?
Fala-se, diz-se, resmunga-se, mas deixa-se que os mentores desta guerra idiota onde os que fazem das armas o seu negócio continuam a ter bons lucros.
A ONU tem um Conselho de Segurança cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional. É o único órgão do sistema internacional capaz de adoptar decisões obrigatórias para todos os 193 Estados membros, podendo autorizar a intervenção militar para garantir a execução de suas resoluções. O Conselho é conhecido também por autorizar o desdobramento de operações de manutenção da paz e missões políticas especiais.
O Conselho é composto por 15 membros, sendo 5 membros permanentes com poder de veto: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Republica Popular da China.
Que Conselho é este em que, afinal, se defendem os interesses de cinco dos 193 membros de uma organização onde não deveria haver descriminações.
A prova é que é um dos membros deste Conselho “cujo mandato é zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional”, a Rússia, quem se opõe a que a causa de tamanha desgraça se mantenha.
Também não admira porque é o mesmo país, agora supostamente democrático que está a repor a KGB de má memória e de boa vontade reconstituiria a União Soviétiva dos horrores.
Depois de todos os assassinatos de inocentes nesta guerra de interesses de políticos, é agora a cidade de Alepo a mártir onde muitas centenas de milhar de inocentes já morrera, mais de metade dos quais são crianças!


O RENASCER DO NAZISMO?



Afinal, depois de uma decisão de transparência que escrutinasse todos os candidatos a fim de que fosse escolhido o melhor e mais preparado para ser o Secretário Geral da ONU, aparece uma oportunista de última hora que se não submeteu ao escrutínio?
Uma escolha de Merkel como por aí se diz e, também, uma amiga de Jean-Claude Junker, aquele luxemburguês agora presidente da UE que, enquanto primeiro ministro do seu país, se diz que entrou no jogo de desviar milhões de outros países europeus?
Jogo sujo, como outro qualquer de tantos outros de que a prática política é, muitas vezes, o próprio exemplo.
São os homens e as mulheres da alta roda política que na História vão ficar como os espertalhões deste jogo de caça palermas que somos todos os que os aturamos e, mais do que isso, os elegemos como se fossem, dentre todos nós, os melhores.
Depois de uma demonstração de competência como a que fez nas duras provas a que se submeteu António Guterres, cai do céu uma aventureira do país que foi de Ceauscescu, porque assim a alguém convém.
Já por diversas vezes me perguntei para que serve a ONU que, para além de uma ou outra coisa mais ou menos séria ou folclórica, não me parece capaz de tornar o bom senso e a verdade “património cultural da Humanidade”.
Não creio que a escolhida de Merkel vá fazer uma grande figura com esta intromissão encomendada que deixa em espera o seu lugar de Comissária na União Europeia.
E se a minha consideração por esta gente que diz governar-nos andava já muito por baixo, mais fica agora quando, no que devia ser o seu expoente máximo, se fazem os jogos de interesses que sempre acabam como convém aos mesmos.
Um país que provocou duas sangrentas guerras mundiais, suga o suor de muitos milhões de europeus como as suas maquiavélicas jogadas de austeridade para os outros, pretende, agora, dominar a ONU também?
Era o que faltava! 
Mas nada me garante que não aconteça, pois o espírito nazy não morre assim... 



terça-feira, 27 de setembro de 2016

E DEPOIS? RIEM DE QUE?



Esta madrugada, ao escutar o debate Trump-Clinton, os dois candidatos à Presidência dos estados Unidos, não me surpreendeu o ror de disparates e de trivialidades que ouvi. 
Apenas confirmei a completa ignorância dos políticos sobre os problemas mais graves que afectam a Humanidade e cuja sobrevivência as circunstâncias naturais põem em sério risco.
Nada de muito importante ali escutei e se aquilo é uma mostra do que poderá vir a ser o homem ou mulher mais poderosa do mundo, a preocupação de um mundo cada vez pior não pode deixar de me afligir.
De um lado vi um produto refinado da estupidez que levou o mundo a este estado em que se encontra. Do outro o aventureirismo que, sem projectos para resolver qualquer problema, julga poder mudar as coisas com as medidas duras e avulsas que propõe.
Como há muito tempo não vejo uma revista, aproveitei para me rir um pouco, ainda que não seja o riso que melhor traduz as preocupações que coisas assim me despertam.
Os Estados Unidos, o que ali possa vir a suceder afectará tudo e todos e só Deus saberá o que qualquer daquelas duas almas penadas poderá fazer deste mundo que, cada vez mais, se torna numa consola gigante de jogos de brutalidade, piores do que aqueles que a imaginação mais sórdida dos autores dos que por aí andam a “civilizar” o mundo, são capazes.
Por onde andam as preocupações com os verdadeiros problemas do mundo? Quem os conhece ou lhes presta atenção?
Quando será que a Humanidade para de jogar o jogo da estupidez que tem jogado para se dedicar a outro bem mais simples que é o de tentar sobreviver?

CLIMA, MAIS UM ESTUDO COM CONCLUSÕES ALARMANTES!



Depois de dezenas de anos a brincar às “Cimeiras da Terra” onde, diziam ser esse o propósito, seriam discutidos os problemas ambientais cada vez mais graves que o uso, cada vez mais intenso, dos recursos naturais provocava em consequência da poluição produzida, nota-se um certo nervosismo apressado, para ractificar o acordo de Paris que pretende ser o ponto de partida de uma era de combate às mudanças climáticas que, ano após ano se tornam mais preocupantes.
Parece que certos políticos acordaram, finalmente, para uma realidade que nunca tiveram em conta nas decisões que tomavam, como que deixando para os cientistas que os avisavam, a responsabilidade dos problemas que colocassem qualquer entrave à continuação dos disparates que, em nome de uma economia florescente, continuadamente se faziam.
Ora, acontece que a economia do mundo não é florescente, é distorcida e cínica para muitos milhares de milhões de pessoas que apenas vivem dos restos que os mais afortunados deitam no lixo. Nem me parece que passe a ser melhor enquanto o terceiro mundo for roubado como é para que o outro mundo possa desperdiçar o que ele não pode usufruir.
Será em nome deste mundo evoluído onde chamamos “pobres” aos que possuem coisas que os verdadeiros pobres nem imaginam que existem que insistimos num modo de viver já falido, porventura já afectado de modo irreversível e a caminho de uma catástrofe já incontrolável?
Os cientistas autores de um recente estudo revelado pela revista Nature, afirma que "A estabilização dos níveis atuais dos gases com efeito de estufa pode colocar a Terra numa trajetória de aquecimento de cinco graus Celsius (5ºC) no próximo milénio" e, deste modo, a Terra pode ficar intoleravelmente quente, com todas as consequências que podem tornar dramática a sobrevivência dos humanos.
Como tantas vezes já foi dito, O Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) já afirmou a concentração de CO2, o principal gás com efeito de estufa na atmosfera, já ultrapassa as 400 ppm (partes por milhão) e vão levar a um aquecimento global médio da temperatura que quase poderá atingir 2,5ºC.
Segundo o estudo revelado na Nature, “um aquecimento global de 3ºC, no longo prazo, pode desencadear um turbilhão de impactos das alterações climáticas, incluindo tempestades marítimas, reforçadas pela subida do nível das águas, ondas de calor mortíferas e inundações severas”.
Será tardia esta diligência que os maiores responsáveis pelo mundo querem, agora, apressar?
Será que valerá muito a pena ficarmo-nos por aí?
Sobretudo, que explicação daremos aos nossos filhos pela Terra, porventura inabitável, que lhes deixaremos por herança?