Obrigar
alguém a duros esforços que, como ouvi um militar dizer, se destinavam a levar
mais além a capacidade de esforço dos instruendos, quando a temperatura
ambiente é de 42ºC, como as notícias informaram, é não fazer ideia de que se
está já no limite máximo das capacidades do ser humano, a partir do qual o
golpe de calor que vitimou dois jovens e fez adoecer outros tantos, está
eminente!
Será
tão difícil saber isto e proceder em conformidade?
Ou
não serão homens bem treinados mas super-homens os que queremos formar?
Se
for, será para que?
Terá sido a falta de cuidado dos responsáveis pelos exercícios a real causa da tragédia
em que se tornaram? É bom esclarece-lo.
Nada pagará as vidas de dois jovens na flor da idade nem apagará facilmente a memória de tamanho erro já politicamente aproveitado por alguém para reclamar a extinção dos Comandos!
Nada pagará as vidas de dois jovens na flor da idade nem apagará facilmente a memória de tamanho erro já politicamente aproveitado por alguém para reclamar a extinção dos Comandos!
Curioso
é que durante a minha vida já tão longa, na qual e na altura própria fui
militar também, cumprindo o que, então, era um dever para com a Pátria, sempre
me dei conta desta tendência de acabar com o que não deu certo em vez de tentar
entender por que não deu para, depois, serem feitas as correcções que se
imponham e, assim, fazer com que o objectivo definido seja alcançado.
É
evidente a necessidade de tropas especialmente treinadas para casos especiais,
como é o caso dos Comandos que exigem aptidões e treino especial que, apesar de
tudo, não fazem deles seres anormais, capazes de suportar o que seja
humanamente impossível!
Quando
foi a minha vez de treinar homens cujo destino era a guerra nas matas de
África, jamais mandei fazer o que eu não fizesse primeiro porque tal me dava a
noção da capacidade de o fazer e nem me passaria pela cabeça exigir o máximo de
esforço no pino do calor, o que, mesmo sem as consequências funestas como as que
tristemente aconteceram, sempre causaria maus efeitos na saúde dos instruendos.
E
valeria a pena? E valeu a pena?
O
meu respeito imenso por estes homens que se dispõem a defender-nos e mostram no
seu grito “mama sumae” a sua disposição de ir até ao sacrifício quando tal se impuser.
Não
quando não valha a pena.
Por tudo isto espero ver bem esclarecido tudo quanto se passou, para que não aconteça mais.
Por tudo isto espero ver bem esclarecido tudo quanto se passou, para que não aconteça mais.
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