Depois
de dezenas de anos a brincar às “Cimeiras da Terra” onde, diziam ser esse o propósito,
seriam discutidos os problemas ambientais cada vez mais graves que o uso, cada
vez mais intenso, dos recursos naturais provocava em consequência da poluição
produzida, nota-se um certo nervosismo apressado, para ractificar o acordo de
Paris que pretende ser o ponto de partida de uma era de combate às mudanças
climáticas que, ano após ano se tornam mais preocupantes.
Parece
que certos políticos acordaram, finalmente, para uma realidade que nunca
tiveram em conta nas decisões que tomavam, como que deixando para os cientistas
que os avisavam, a responsabilidade dos problemas que colocassem qualquer
entrave à continuação dos disparates que, em nome de uma economia florescente,
continuadamente se faziam.
Ora,
acontece que a economia do mundo não é florescente, é distorcida e cínica para
muitos milhares de milhões de pessoas que apenas vivem dos restos que os mais
afortunados deitam no lixo. Nem me parece que passe a ser melhor enquanto o
terceiro mundo for roubado como é para que o outro mundo possa desperdiçar o
que ele não pode usufruir.
Será
em nome deste mundo evoluído onde chamamos “pobres” aos que possuem coisas que os verdadeiros pobres
nem imaginam que existem que insistimos num modo de viver já falido, porventura
já afectado de modo irreversível e a caminho de uma catástrofe já
incontrolável?
Os
cientistas autores de um recente estudo revelado pela revista Nature, afirma
que "A estabilização dos níveis
atuais dos gases com efeito de estufa pode colocar a Terra numa trajetória de
aquecimento de cinco graus Celsius (5ºC) no próximo milénio" e, deste
modo, a Terra pode ficar intoleravelmente quente, com todas as consequências
que podem tornar dramática a sobrevivência dos humanos.
Como
tantas vezes já foi dito, O Painel Intergovernamental para as Alterações
Climáticas (IPCC) já afirmou a concentração de CO2, o principal gás com efeito
de estufa na atmosfera, já ultrapassa as 400 ppm (partes por milhão) e vão levar
a um aquecimento global médio da temperatura que quase poderá atingir 2,5ºC.
Segundo
o estudo revelado na Nature, “um aquecimento global de 3ºC, no longo prazo,
pode desencadear um turbilhão de impactos das alterações climáticas, incluindo
tempestades marítimas, reforçadas pela subida do nível das águas, ondas de
calor mortíferas e inundações severas”.
Será
tardia esta diligência que os maiores responsáveis pelo mundo querem, agora,
apressar?
Será
que valerá muito a pena ficarmo-nos por aí?
Sobretudo, que
explicação daremos aos nossos filhos pela Terra, porventura inabitável, que
lhes deixaremos por herança?
Sem comentários:
Enviar um comentário