Todos
sabemos que o Estado, pelo menos nas condições de membro da União Europeia, não
tem mais dinheiro do que o que cobra nos impostos, directos ou indirectos, e consegue
nos empréstimos que faz no mercado, aos juros que este lhe imponha, tanto mais
elevados quanto maior for a dívida.
O
tempo de “fazer” dinheiro já lá vai e, mesmo então, era “dinheiro falso” porque
fazia baixar o valor da moeda nas transacções internacionais e fazia cada vez
maior o défice da nossa balança comercial.
Entretanto,
todos sentíamos ganhar mais, ganhando menos!
Mas
agora, se são aumentados salários ou repostos os anteriores mais elevados, tanto
dá, se são reduzidas taxas que o anterior governo tinha criado, se é reduzido o
horário laboral dos seus funcionários aos quais, depois, terá de pagar mais
horas extraordinárias ou reduzir os serviços prestados aos cidadãos, como em
diversos casos já acontece e, outras coisas mais do mesmo tipo que custam mais
dinheiro, apenas uma conclusão podemos tirar, a de que terá o Estado de receber
o que gasta a mais nas alterações que fez, em impostos, sejam eles quais forem
e do modo que for, porque aumentar a dívida externa é cada vez mais difícil.
Ontem
constou que, numa manobra que não mexeria nas taxas dos impostos, o Governo
aumentaria os limites inferiores dos escalões a que tais taxas se aplicam.
Até
pode acontecer que, com este modo de proceder, o valor global dos impostos
arrecadados nem se altere significativamente, o que permitirá ao ministro da
economia afirmar, sem mentir, que “as famílias não pagarão mais impostos
directos”.
Quanto
aos impostos indirectos, o IVA e outras taxas que são lançadas, de modo mais ou
menos dissimulado, em variadíssimos produtos e materiais, esses aumentarão
inevitavelmente, o que o ministro não negou nas declarações que, já hoje, fez.
Contas
feitas, pagaremos mais impostos, inevitavelmente.
E se
já o sentimos bem na carteira quando pagamos as compras de bens essenciais que
fazemos, em relação ao que pagávamos há não muitos meses ainda, mais o
sentiremos depois do próximo orçamento!
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