Acabo
de ver, na TVI, uma entrevista em que Mariana Mortágua, do BE, defende uma medida
de justiça social que tira um “pedacinho” cada rico para dar uma “nada” a cada
pobre.
Foi
a canção do coitadinho que pouco ou nada tem, a quem cinco euros por mês não
resolvem problema algum. Continuará pobre na mesma.
Não
me pareceu a Mariana capaz de esclarecer o entrevistador que lhe colocava esta
questão e acabou por refugiar-se no incomparável quando falou da pobreza em África
ou na Ásia onde as coisas são e terão de ser resolvidas de modo bem diferente,
de onde até poderá ter vindo a maior parte das riquezas aqui acumuladas, na
Europa e na América.
Aquela
Mariana que, pelo seu entusiasmo, deu nas vistas nas comissões parlamentares em
que alguns dos responsáveis por muitas das más políticas que arrasaram este
pobre país, tiveram de dar contas dos seus procedimentos, pareceu desta vez
atrapalhada, num dilema em que se enredou sem conseguir explicar como, com o
muito que tirasse a poucos ricos, conseguiria dar pouco mais do que “nada” aos
muitos pobres que necessitam de bem mais para viver melhor.
Ficou
óbvio que não será este o caminho que reduz a proporções razoáveis as gritantes
desigualdades que existem, aqui e por todo o lado, próprio do modo de viver que
adoptámos.
Aliás,
pretender resolver um problema de tamanha dimensão com a ligeireza de uma
medida anã, é não ter a menor noção do tamanho da questão que ele representa,
porque é mais profunda, mais vasta e mais envolvente nos aspectos que a
influenciam.
Tudo
isto não passará, pois, de um escasso remedeio pontual que não é parte, sequer,
das soluções que os nossos problemas exigem.
Seja
como for, está feita a prova desta rota de navegação à vista que o Governo faz,
bem diferente da que traçou nas eleições e com muitos riscos que comporta, porque
a mínima borrasca nos atirará para a praia onde encalharemos.
Foi
mentira não se mexer nos impostos, como o foi não haver um Plano B, assim como
o serão tantas outras coisas também.
Quem vai, assim, sair da pobreza?
Quem vai, assim, sair da pobreza?
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