ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 3 de setembro de 2016

QUESTÕES DE INFINITO



Olhar com atenção a realidade é o melhor modo, quiçá o único, de a compreender.
Há quase sete anos que, neste blogue, digo o que me vai na alma, o que penso e faço as minhas críticas, por vezes um tanto desabridas, àquilo de que me vou dando conta.
Olho para este mundo há muito tempo e compreendo as ilusões que já foram minhas também. Mas não posso esquecer os erros que cometi nem as desilusões que tive se não quero repetir os mesmos erros e sofrer outras desilusões.
Há muito tempo já que me dou conta de enormes disparates que se fazem neste mundo do qual o Homem passou de temeroso habitante a poderoso senhor! Esqueceu as suas origens, são as leis que ele próprio faz que regulam as suas atitudes, mas são da Natureza aquelas de que resultam as consequências que têm.
Foi passando o saber que trouxe até mim a noção de infinito, mas jamais o seu valor.
Só da eternidade jamais captei a noção porque não cheguei ainda lá…
Quando sei que tudo acaba, porque assim eu vi que é, que nada dura para sempre, porque já tantas vezes vi que não dura, querem os economistas que assim não seja e à lei dura da Natureza que a tudo dá um fim ou, talvez melhor dizendo, transforma em outra coisa qualquer como inteligentemente o entendeu Lavoisier, insistem em contrapor as suas leis, das quais se esquecem da que lhes deveria fazer saber que, do lauto banquete que fizeram, têm de pagar, agora, a elevada conta! É que, como tão bem o disseram, não há almoço de graça.
Foi o melhor que aprendi de economia.
Mas da matemática aprendi outras verdades que, no reduzido mundo de que ainda sou prisioneiro, me permitem reconhecer o que é finito, as suas tendências e os seus limites, coisas que a física me ensinou a medir.
Daí saber que nada cresce indefinidamente, nem sequer a estupidez que nos lance num abismo sem regresso, porque ainda acredito no Homem.
É nestas certezas que faço as minhas previsões, sobretudo quanto a esta economia que, depois dos sucessos da euforia que os “brinquedos” novos sempre causam, trilha, agora, os caminhos do seu “calvário”.
Achei estranho que, fosse já no final do trilho, aparecessem a famosas economias emergentes que, agora, se não sabe por onde andam.
São outras as economias que devem emergir da inteligência humana que ainda não morreu.
Num Brasil de cuja nova economia ouvi dizer que apenas um cataclismo improvável poderia fazer regredir, vejo agora um absoluto caos e na China que se tornou na segunda maior economia que abastecia o mundo rico daquilo que avidamente gastava, vejo agora a necessidade premente de “medidas dolorosas” para reanimar a economia que há dois anos ainda crescia acima de 10% e agora decresce hora a hora.
Para além do que dizem os cientistas que, há muito, fazem sérios avisos quanto ao caminho que esta “civilização” leva e apontam os graves danos que pode causar, é a realidade que mostra que na Terra o infinito não existe.
E nem a eternidade, também.


Sem comentários:

Enviar um comentário