ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

BALANÇA TORTA NÃO PESA DIREITO



Mais uma vez Sócrates faz a sua cena de prepotência congénita, em vez de esperar, com a calma que as almas puras sempre demonstram, que a Justiça faça o seu trabalho e mostre as suas razões.
Em vez disso parece preferir desequilibrar a balança da Justiça que que o julga. Não é o único que faz da Justiça um jogo para que justiça não seja.
É ridículo o pedido que agora faz de afastamento do juiz que, há tanto tempo, conduz o seu processo nesta fase, alegando falta de isenção por ter falado em “dinheiro em contas de amigos” numa entrevista que deu.
Pareceu-me natural aquele reparo, porventura sugerido pelo caso escabroso que tem conduzido e onde a riqueza de uns parece estar escondida em contas de outros, o que não será caso único.
Mas neste país onde não é a razão que tem a força maior, notou-se e nota-se ainda um desejo ansioso de perturbar a lei, de mudar de juiz pois talvez outro, menos disposto a por a nu alegadas manigâncias criminosas de quem já foi o maior do PS, pudesse desistir facilmente da tarefa insana e complicada de desfiar uma teia tão complexa como aquela que, estando à vista de todos que é, tão difícil é de provar que seja!
Nunca é simples desfazer uma teia bem montada que o tempo vai fazendo parecer mais extensa e, por isso, mais trabalhosa de avaliar.
Mas quando, perante um processo que a Procuradoria Geral da República exerce na plenitude dos seus direitos e o deveria poder fazer com a independência que a Constituição lhe garante, sempre há os que usam ou tentam usar a influência de sua popularidade para, em declarações categóricas de inocência lhe barrarem o caminho, ficam-me poucas dúvidas sobre as forças que se mobilizarão para fazer deste caso a vergonha de um país que grita aos quatro ventos ser de direito, mas que ainda iremos ver se é!
Tenho pena que o Juiz Carlos Alexandre que sempre teve a sobriedade e o recato entre as suas maiores virtudes, se tenha deixado levar no engodo de conceder uma entrevista. Não entendi. Ou terei entendido?

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