Mais
uma vez Sócrates faz a sua cena de prepotência congénita, em vez de esperar,
com a calma que as almas puras sempre demonstram, que a Justiça faça o seu
trabalho e mostre as suas razões.
Em
vez disso parece preferir desequilibrar a balança da Justiça que que o julga.
Não é o único que faz da Justiça um jogo para que justiça não seja.
É
ridículo o pedido que agora faz de afastamento do juiz que, há tanto tempo, conduz
o seu processo nesta fase, alegando falta de isenção por ter falado em
“dinheiro em contas de amigos” numa entrevista que deu.
Pareceu-me
natural aquele reparo, porventura sugerido pelo caso escabroso que tem
conduzido e onde a riqueza de uns parece estar escondida em contas de outros, o
que não será caso único.
Mas
neste país onde não é a razão que tem a força maior, notou-se e nota-se ainda um
desejo ansioso de perturbar a lei, de mudar de juiz pois talvez outro, menos
disposto a por a nu alegadas manigâncias criminosas de quem já foi o maior do
PS, pudesse desistir facilmente da tarefa insana e complicada de desfiar uma
teia tão complexa como aquela que, estando à vista de todos que é, tão difícil
é de provar que seja!
Nunca
é simples desfazer uma teia bem montada que o tempo vai fazendo parecer mais
extensa e, por isso, mais trabalhosa de avaliar.
Mas
quando, perante um processo que a Procuradoria Geral da República exerce na
plenitude dos seus direitos e o deveria poder fazer com a independência que a
Constituição lhe garante, sempre há os que usam ou tentam usar a influência de sua
popularidade para, em declarações categóricas de inocência lhe barrarem o
caminho, ficam-me poucas dúvidas sobre as forças que se mobilizarão para fazer
deste caso a vergonha de um país que grita aos quatro ventos ser de direito,
mas que ainda iremos ver se é!
Tenho
pena que o Juiz Carlos Alexandre que sempre teve a sobriedade e o recato entre
as suas maiores virtudes, se tenha deixado levar no engodo de conceder uma
entrevista. Não entendi. Ou terei entendido?
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