ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 18 de setembro de 2016

O “SUPER JUIZ” E A SUPER CONFUSÃO



De super discreto, o Super Juiz Carlos Alexandre passou a ser um exposto da nossa indiscreta e truculenta comunicação social, bem como dos (sei lá já se milhões) de inteligentes comentadores, daqueles que criticam mas não fazem, que por aí nascem como cogumelos tóxicos em ambientes fétidos.
E a discrição que eu tanto nele apreciava… foi-se!
Mas tenho a certeza de que Carlos Alexandre não estupidificou do pé para a mão e, sendo assim, toda esta algazarra que, a propósito de si, se gerou, terá a sua razão de ser. Mas qual é eu não sei. Quando muito posso meter-me a tentar adivinhar e trairia a atitude de reflecção que defendo em vez do tão frequente “tomar a árvore pela floresta” que tanto jeito dá quando queremos parecer ter a opinião que não temos.
Para não cair nessa, nada melhor do que prestar atenção ao que digam os ilustres pensadores que por aí se pavoneiam e que, por de tudo serem sabedores, sobre tudo têm douta opinião.
Como sempre sucede, sempre haverá, no meio de tudo isto, quem consiga despertar-me a atenção e, se não convencer-me de todo, pelo menos levar-me a pensar sobre o assunto.
Aconteceu que, ainda ontem, coloquei na minha página do FB um artigo de João Miguel Tavares – As viúvas de Sócrates - que, sobre esta questão de criticar que enche páginas de jornais e horas de emissões de TV, lucidamente afirmou “Estamos a falar na possibilidade de Sócrates ser o maior criminoso político da História da democracia portuguesa, coisa que não parece impressionar por aí além todos aqueles que acham mais graves as indirectas de Carlos Alexandre do que as explicações ridículas de José Sócrates sobre a origem do seu dinheiro.”
É natural, pois a novidade aqui não são as diatribes de Sócrates, mas as “indiscrições” de Carlos Alexandre, com as quais pretendeu, decerto, passar uma mensagem que só para alguns fará sentido por se referirem a coisas que só eles sabem ou julgam saber.
Não foi um discurso muito claro aquele que ouvi, pois no meio de coisas que farão todo o sentido, há outras como que metidas à martelada! E é aí que a “porca torce o rabo”…
Mais coisas diz que me levam a pensar estar o processo a atingir o seu fim que, seja qual for, será uma grande bronca com certeza, sendo esta ou a outra conforme ganhe a Justiça ou a “máfia” que lhe sai ao caminho, agora já com formas quase tão requintadas como as da instituição que nasceu na Sicília, aquela “bola” deformada que a “bota” italiana não consegue chutar.
Interessante e sugestivo é o final onde JM Tavares escreve “Neste país respira-se muito melhor do que em 2008 ou 2009, mas as contas dos anos Sócrates ainda estão por fazer. Na política e nos jornais, os seus viúvos continuam por aí, e o número de textos que escrevem a criticar o Ministério Público é proporcional ao número de textos que não escrevem criticando o comportamento de Sócrates ou os anos que levaram a apoiá-lo. Em nome de belos princípios, limitam-se a defender os seus almoços e as suas opiniões entre 2005 e 2011, fazendo todos os dias figas para que a investigação falhe redondamente. A derrota do Ministério Público seria para eles a vitória dos seis anos de mediocridade e autoritarismo que nunca se cansaram de patrocinar. O destino de Sócrates apenas lhes interessa porque é também o seu.
Talvez tenha levantado um pouco o véu sobre o que por aí acontece, sobre os “medos” pelos quais querem levar o “Juíz” a afastar-se do processo, a querer ver-se livre da salgalhada em que está metido e que, quem sabe, um dia lhe poderá causar sérios danos.
Creio que o processo estará muito próximo do final que Carlos Alexandre terá querido precipitá-lo sem que a casa lhe caia em cima!
A mim apetece-me perguntar qual será a razão de tanto nervosismo que por aí anda e pergunto-me se ainda terei tempo para saber de quanto será o “mensalão” que, sei eu lá, por aí andou.
Livre de impostos, claro está!

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