De
super discreto, o Super Juiz Carlos Alexandre passou a ser um exposto da nossa
indiscreta e truculenta comunicação social, bem como dos (sei lá já se milhões)
de inteligentes comentadores, daqueles que criticam mas não fazem, que por aí
nascem como cogumelos tóxicos em ambientes fétidos.
E
a discrição que eu tanto nele apreciava… foi-se!
Mas
tenho a certeza de que Carlos Alexandre não estupidificou do pé para a mão e,
sendo assim, toda esta algazarra que, a propósito de si, se gerou, terá a sua razão
de ser. Mas qual é eu não sei. Quando muito posso meter-me a tentar adivinhar e
trairia a atitude de reflecção que defendo em vez do tão frequente “tomar a
árvore pela floresta” que tanto jeito dá quando queremos parecer ter a opinião
que não temos.
Para
não cair nessa, nada melhor do que prestar atenção ao que digam os ilustres
pensadores que por aí se pavoneiam e que, por de tudo serem sabedores, sobre
tudo têm douta opinião.
Como
sempre sucede, sempre haverá, no meio de tudo isto, quem consiga despertar-me a
atenção e, se não convencer-me de todo, pelo menos levar-me a pensar sobre o
assunto.
Aconteceu
que, ainda ontem, coloquei na minha página do FB um artigo de João Miguel
Tavares – As viúvas de Sócrates - que, sobre esta questão de criticar que enche
páginas de jornais e horas de emissões de TV, lucidamente afirmou “Estamos a falar na possibilidade de
Sócrates ser o maior criminoso político da História da democracia portuguesa,
coisa que não parece impressionar por aí além todos aqueles que acham mais
graves as indirectas de Carlos Alexandre do que as explicações ridículas de
José Sócrates sobre a origem do seu dinheiro.”
É
natural, pois a novidade aqui não são as diatribes de Sócrates, mas as “indiscrições”
de Carlos Alexandre, com as quais pretendeu, decerto, passar uma mensagem que
só para alguns fará sentido por se referirem a coisas que só eles sabem ou
julgam saber.
Não
foi um discurso muito claro aquele que ouvi, pois no meio de coisas que farão
todo o sentido, há outras como que metidas à martelada! E é aí que a “porca
torce o rabo”…
Mais
coisas diz que me levam a pensar estar o processo a atingir o seu fim que, seja
qual for, será uma grande bronca com certeza, sendo esta ou a outra conforme
ganhe a Justiça ou a “máfia” que lhe sai ao caminho, agora já com formas quase
tão requintadas como as da instituição que nasceu na Sicília, aquela “bola”
deformada que a “bota” italiana não consegue chutar.
Interessante
e sugestivo é o final onde JM Tavares escreve “Neste país respira-se muito melhor do que em 2008 ou 2009, mas as
contas dos anos Sócrates ainda estão por fazer. Na política e nos jornais, os
seus viúvos continuam por aí, e o número de textos que escrevem a criticar o
Ministério Público é proporcional ao número de textos que não escrevem
criticando o comportamento de Sócrates ou os anos que levaram a apoiá-lo. Em
nome de belos princípios, limitam-se a defender os seus almoços e as suas
opiniões entre 2005 e 2011, fazendo todos os dias figas para que a investigação
falhe redondamente. A derrota do Ministério Público seria para eles a vitória
dos seis anos de mediocridade e autoritarismo que nunca se cansaram de
patrocinar. O destino de Sócrates apenas lhes interessa porque é também o seu.”
Talvez
tenha levantado um pouco o véu sobre o que por aí acontece, sobre os “medos”
pelos quais querem levar o “Juíz” a afastar-se do processo, a querer ver-se
livre da salgalhada em que está metido e que, quem sabe, um dia lhe poderá
causar sérios danos.
Creio
que o processo estará muito próximo do final que Carlos Alexandre terá querido
precipitá-lo sem que a casa lhe caia em cima!
A
mim apetece-me perguntar qual será a razão de tanto nervosismo que por aí anda e
pergunto-me se ainda terei tempo para saber de quanto será o “mensalão” que, sei eu lá, por
aí andou.
Livre de impostos, claro está!
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