Recebi um E_mail que tem por “assunto” que “a luta tem mesmo de começar”. Umas imagens iniciais do 25 de Abril, deixam a ideia de que o princípio de Otelo para uma nova revolução pode fazer carreira se a situação de austeridade se mantiver sem esperança de melhoria e se a sensação de injustiça de serem apenas os mais fracos a pagar a crise não for desfeita por factos exatamente contrários àquele que a demissão do Secretário de Estado da Energia deixa transparecer.
Diz o autor do mail que é tempo de começar a sentir que se faz justiça por atitudes que desmontem interesses instalados, castiguem corruptos, eliminem instituições desnecessárias, façam pagar quem roubou, estenda a austeridade a todos e muitas outras coisas que é perfeitamente justo reclamar.
Isto, na altura em que se diz que um membro do governo se demitiu por perder a luta que travou contra poderosos interesses instalados, é uma forte chamada de atenção ao governo de Passos Coelho para que, completada a primeira fase, a da contenção, passe rapidamente à seguinte que será a de homogeneizar a participação na salvação nacional e de arrumação de uma casa que anteriores manias de grandeza deixaram no caos.
Entretanto, torna-se urgente que as medidas destinadas ao relançamento da economia comecem a manifestar algum efeito e nos devolvam a esperança de um futuro um pouco melhor.
Eu sei, já o afirmei vezes sem conta, que a economia não irá recuperar, jamais, o “fulgor” de outros tempos insensatos, quando gastar para crescer era o lema. Sei, também, que não há direitos ou “conquistas” que resistam à falta de meios para os sustentar. Por isso, não vale a pena lutar por um retorno ao desvario de uma economia que se alimenta dos nossos próprios vícios.
Mas que vale a pena lutar por um esforço global justamente repartido, disso não tenho dúvidas!
O pedido de indemnização feito pela Lusoponte “pelo risco de variação nos impostos” que se acrescenta ao que outras empresas privadas já fizeram e parecem totalizar 1,2 mil milhões de euros, são atitudes a que o Estado tem de responder com força, rigor e severidade, porque o esforço para recuperar o país deve ser de todos.
A verdadeira luta será esta que terá de ser travada contra interesses muito fortes que estão habituados a impor-se ao Governo mas que, manda a equidade, devem participar, também,na austeridade que as circunstâncias impõem a todos.
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