ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 28 de março de 2012

O CINISMO PREVISÍVEL DA POLÍTICA

Depois de uma entrevista do Primeiro Ministro que, em minha opinião, uma jornalista com a experiência de Judite de Sousa deveria ter aproveitado muito melhor, as recolhas de opiniões aos diversos partidos era inevitável.
As respostas foram, sem qualquer exceção, as esperadas. Juraria que seria capaz de as dizer mesmo antes de as ter ouvido. Senão palavra por palavra, seria quase!
O Primeiro-Ministro não terá dito nada que não soubéssemos já através do que tem dito nos últimos tempos. Não há novidades para dar todos os dias e, sobretudo, não há milagres que o governo possa fazer para ultrapassar em pouco tempo as dificuldades que o anterior governo acumulou ao longo de vários anos, nem o Primeiro Ministro tem dons divinatórios que lhe permitam garantir mais do que os indicadores que possui , nem adiantar mais do que os esforços que o governo faz lhe consintam dizer.
Estou certo de que não haverá solução para uma crise que não tem mais fim que não passe por uma adaptação inicial à penúria global a que este tipo de economia nos conduziu para, depois, evoluir seguindo caminhos mais seguros.
Não serão as soluções que os ditos partidos de esquerda apregoam sem dizer quais que nos colocarão no caminho certo que nunca retomaremos sem, primeiro, arrumarmos a casa colocando as finanças em ordem porque, seja qual for o padrão de vida futuro, sempre haverá finanças cujo princípio são só pode ser o de que se não deve gastar mais do que se tem!
Que os partidos que apoiam a coligação governativa tivessem achado que o Primeiro Ministro esteve bem nas explicações que deu, seria de esperar, tal como de esperar seria que os partidos de oposição afirmassem o contrário. Até o recurso a falácias como é próprio do PCP, do PEV e do BE não são de estranhar pois são partidos dos quais, historicamente, nada mais se pode esperar. Porém, a falta de recato do PS que acusa o governo das desgraças sociais que o seu último governo provocou é o que mais ressalta no conjunto das críticas escutadas.
Para mim ficou claro que é ainda cedo para cantar vitória ou para respirar de alívio porque, como seria de esperar, a emergência nacional ainda não passou. Por isso seria tempo de cooperação, de dar as mãos e de todos nos esforçarmos para sair de um buraco que, sem isso, se pode tornar demasiado fundo para dele se poder sair. Esta seria a contribuição que a oposição daria para ajudar Portugal, pertencendo ao PS a maior responsabilidade quer pela sua dimensão quer pelas culpas que não pode deixar de sentir por esta austeridade que a sua governação causou mas que, apesar disso, contesta.

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