ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 14 de junho de 2014

“CONTRA A EXPLORAÇÃO E O EMPOBRECIMENTO, PELO DIREITO AO TRABALHO E AO TRABALHO COM DIREITOS”

A manifestação que vai acontecer no Porto poderia ser contra outra coisa qualquer. Contra as melgas que nos chateiam no verão, contra a gripe suína africana, contra o escaravelho da batateira ou contra os ratos que nos vão ao queijo. Mas fica-se por exigir “o direito ao trabalho e ao trabalho com direitos”!
Compreendo muito bem que os “trabalhadores” participem em massa nestas iniciativas de quem faz deles marionetas, convencidos das razões que um passado “revolucionário” lhes apontou como inalienáveis e próprias de uma economia que tinha como único caminho de evolução o crescimento contínuo.
Mas vão muito longe as circunstâncias que levaram Marx às conjecturas e às conclusões a que chega no seu famoso “o capital”, como deixaram de fazer sentido as razões que levaram Keines a definir como melhor estratégia contra as "crises" da economia a fuga para a frente para, com investimento público, suprir a incapacidade de crescimento a que a economia chegou. Um artifício que não pode durar para sempre.
Foi assim que, ao longo de muito tempo, se resolveram situações que deveriam ter sido melhor analisadas e resolvidas, do que talvez se concluísse não ser o trabalho um direito e menos ainda com direitos inalienáveis! Ter-se-iam tomado decisões inteligentes em vez de se terem criado ilusões e, artificialmente, vivido utopias que, como o tempo cada vez melhor nos mostra, não são, de todo, realizáveis.
Não é possível continuar a produzir cada vez mais o que não é, de todo, indispensável, como não é possível continuar o hábito do “usa e deita fora” porque a “economia” tem de produzir sempre mais para haver trabalho e para que ao trabalho sejam reconhecidos os direitos que o tornam seguro como os investimentos não são! Deito fora uma camisa porque perdi um botão? Deito fora um aspirador porque se queimou o motor?

Uma manifestação como a que a CGTP de Arménio promove torna-se a continuação do equívoco que, deste modo, jamais será resolvido. Mas acrescentar às exigências que se acabe com o empobrecimento quando as carências mais básicas são a norma neste mundo de sofrimento, só pode sair das cabecinhas dos que, apesar de se dizerem defensores dos direitos dos trabalhadores, se tornaram em autênticos agitadores sociais que, sem dúvida, conhecem a realidade que faz das suas iniciativas farsas, mas das quais não podem prescindir porque é delas que vivem.


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