ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 15 de junho de 2014

ZANGAS DE COMADRES E GUERRAS DE AMBIÇÕES PESSOAIS NUM GRANDE ESPECTÁCULO CIRCENSE

A par do pouco edificante espectáculo que o Partido Socialista exibe nas disputas internas que são prova evidente de completa falta de compreensão das verdadeiras questões que afectam Portugal e todo o mundo, bem como do modo de as ultrapassar, as duas centrais sindicais, a UGT e a CGTP, resolveram desentender-se e trocar acusações contundentes, como naquelas zangas de comadres que nada esclarecem e acabam por deixar a nu todos os podres que a hipocrisia, ao longo do tempo, foi disfarçando.
Não adiantará tentar esconder, chamando-os sinais de vitalidade democrática, os desentendimentos reais que o desnorte ideológico provoca e as ambições pessoais alimentam, porque nada mais são do que o resultado do desespero que a incapacidade de solucionar provoca, nesta crise já tomada pelo desespero que a reflexão e a cooperação, por inexistentes, não conseguiram evitar.
São discussões requentadas sobre questões inutilmente debatidas por intervenientes preconceituosos que ignoram a evidência dos erros que, em nome de demagógicos conceitos próprios de utopias irrealizáveis, são cometidos e nos arrastam para situações que cada vez mais se aproximam de um ponto de muito difícil retorno.
Se o Governo nada mais tem feito do que o necessário para sobreviver num mundo equivocado nos seus conceitos de desenvolvimento e, pior do que isso, incapaz de compreender os perigos que a realidade, já óbvia, insiste em lhe mostrar, o Partido Socialista persiste em enredar-se nas confusões de um conceito incompatível com uma realidade em que a escassez não consente o esbanjamento que, fingindo ajudar outros, engorda apenas alguns. Deste modo não se de dá conta de que o socialismo autêntico apenas será que for capaz de gerir, de um modo sustentado, o que possa ser utilizado sem degradar ainda mais o mundo que legaremos aos vindouros e não aquele que promete o que alguém, de forma duradoura, jamais conseguiu alcançar. Porque o socialismo autêntico não tem nos seus objectivos proporcionar riquezas a alguns mas sim a justiça e a equidade para todos, num mundo de sofrimento.
São estas, pois, guerras inúteis que, como todas as demais, a ambição declarou. São balanços mal feitos numa contabilidade tosca que não abrange a realidade inteira. São ambições pessoais disfarçadas em ideologias caducas, louvadas em cantigas que fingem haver merecimento na desgraça de quem, por julgar apenas ter direitos, deixa para os outros o dever de deles cuidar. São o circo que presenciamos descuidados, sem ainda nos termos dado conta do elevado preço que o já estafadíssimo espectáculo dos palhaços nos vai custar.


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