ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 27 de junho de 2014

O DÉFICE

Quaisquer que sejam os planos de futuro deste ou de outro governo, da regularização do défice nenhum poderá fugir sem risco de tornar impossível qualquer decréscimo da dívida portuguesa, indispensável para ter acesso aos mercados de capitais sem os quais esta economia não pode viver.
Sabe-se que o objectivo para este ano é atingir um máximo de 4% no final do ano, tal como compromisso assumido pelo Governo no processo de resgate financeiro a que uma situação de bancarrota obrigou.
O valor revelado agora pelo INE, relativo ao primeiro trimestre de 2014, foi o bastante para muitos clamarem que “assim não vamos lá…” em discursos inflamados que outro objectivo não têm do que desinformar os cidadãos e arregimenta-los para propósitos que nem serão do seu interesse porque apenas satisfazem as pretensões de poder dos que, sei lá por que, ainda possamos apoiar.
O valor do défice no primeiro trimestre deste ano (5,9%) ficou acima do valor central da estimativa da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que apontava para os 5,6% do PIB, mas ficou dentro do intervalo calculado pelos técnicos independentes que apoiam o Parlamento, de 4,9% a 6,3% do produto.
Além disto, o valor homólogo em 2013 foi de 10%, o que significa um decréscimo de 4%, apesar de circunstâncias já conhecidas que fizeram baixar o valor das receitas no referido trimestre.
Não entendo, pois, porque algumas pessoas que deveriam cuidar melhor do juízo de competência que delas possamos fazer, tiram conclusões alarmistas do valor do défice trimestral apresentado pelo INE quando, de facto, nem há razões para isso, a não ser por razões de interesses de disputas de poder que nada de bom significam para todos nós que temos necessidade urgente de ver diminuída a austeridade a que muitos disparates obrigaram.
Não serão estas guerrilhas patetas que nos aliviarão.

Não será, pois, por isto que critico o Governo.


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