Quaisquer que sejam os planos de
futuro deste ou de outro governo, da regularização do défice nenhum poderá
fugir sem risco de tornar impossível qualquer decréscimo da dívida portuguesa,
indispensável para ter acesso aos mercados de capitais sem os quais esta
economia não pode viver.
Sabe-se que o objectivo para este
ano é atingir um máximo de 4% no final do ano, tal como compromisso assumido
pelo Governo no processo de resgate financeiro a que uma situação de bancarrota
obrigou.
O valor revelado agora pelo INE, relativo ao primeiro trimestre de 2014, foi o bastante
para muitos clamarem que “assim não vamos lá…” em discursos inflamados que
outro objectivo não têm do que desinformar os cidadãos e arregimenta-los para
propósitos que nem serão do seu interesse porque apenas satisfazem as
pretensões de poder dos que, sei lá por que, ainda possamos apoiar.
O valor do défice no primeiro
trimestre deste ano (5,9%) ficou acima do valor central da estimativa da
Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que apontava para os 5,6% do PIB,
mas ficou dentro do intervalo calculado pelos técnicos independentes que apoiam
o Parlamento, de 4,9% a 6,3% do produto.
Além disto, o valor homólogo em
2013 foi de 10%, o que significa um decréscimo de 4%, apesar de circunstâncias
já conhecidas que fizeram baixar o valor das receitas no referido trimestre.
Não entendo, pois, porque algumas
pessoas que deveriam cuidar melhor do juízo de competência que delas possamos
fazer, tiram conclusões alarmistas do valor do défice trimestral apresentado
pelo INE quando, de facto, nem há razões para isso, a não ser por razões de
interesses de disputas de poder que nada de bom significam para todos nós que
temos necessidade urgente de ver diminuída a austeridade a que muitos
disparates obrigaram.
Não serão estas guerrilhas
patetas que nos aliviarão.
Não será, pois, por isto que
critico o Governo.
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