ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 1 de junho de 2014

O CHUMBO POLÍTICO DO TC E A SUA (DES)OPORTUNIDADE


Ao que se diz, uma viagem do Presidente a Angola (!?), antecipou a publicação da decisão do Tribunal Constitucional sobre medidas governamentais que previam cortes salariais na Função Pública.
Desde logo me pareceu estranha a antecipação que coloca ainda no tempo de vigência da intervenção da Troika uma decisão que, assim, tem consequências que mais tarde não teria. Mas a viagem do presidente deve ser mais importante e há que respeitar isso!
Depois, não me pode parecer bem um julgamento em causa própria, porque os juízes são funcionários públicos, que confusos argumentos pretendem sustentar e com o qual se anula um acto de reposição da equidade entre os sectores público e privado que as “conquistas revolucionárias” foram destruindo e exige, de todos nós, um maior esforço tributário.
Ainda menos bem me parece a sugestão, que julgo imprópria de um acórdão dete Tribunal, de serem os impostos, em vez dos cortes salariais da FP, uma melhor via para conseguir os meios indispensáveis ao equilíbrio financeiro que é indispensável alcançar, porque com ela se perverte o princípio de o fazer sobretudo através da redução da despesa em vez de aumentar os já tão sobrecarregados impostos.
Não surpreendente mas profundamente controversa é a decisão do Tribunal do Palácio Ratton que não conseguiu, de todo, ficar imune às disputas de poder, o que torna política uma decisão que deveria ser inequivocamente imparcial e exclusivamente ditada pelos interesses nacionais que, em função da realidade que se vive, a Constituição deve respeitar!
Muito claro sobre esta questão foi o “constitucionalista” e eurodeputado socialista Vital Moreira que, a propósito desta decisão que esperava e, como diz, o não surpreendeu, afirmou que, enquanto funcionário público, tem a “agradecer o desvelo e a cortesia do Palácio Ratton” mas que “como cidadão preocupa-me o facto de as regalias da função pública terem de ser pagas pelos contribuintes, incluindo os que, no sector privado, não gozam da mesma protecção no emprego nem das mesmas remunerações do sector público”.


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